Transcrição
Meus amigos, para que serviu o encontro
de Putin e Trump ontem no Alaska? Essa é
a pergunta que muitos estão se fazendo
hoje. Eu, na minha humilde opinião, o
encontro até o momento serviu mais para
um longo estudo sobre semiótica, é o
tratado das representações do que
qualquer outra coisa. Aliás, quem se
interessa pelo assunto, a semiótica,
aconselho aqui em português esses
livros. O Tratado Geral de Semiótica de
Humberto Eco.
Pode-se começar por aqui. Esse aqui é
fundamental, indispensável, porque é de
Pierce, Charles Pierce, semiótica. Outro
de Pierce também, ilustração da lógica
da ciência, muito interessante. E o
melhor de todos, John Dey. Esse aqui,
esse é o melhor de todos. O que
distingue o entendimento humano?
Pergunta Dilly. Bem, semiótica, porque
trata também, evidentemente, de
símbolos. E o encontro foi todo
caracterizado por simbologias.
a começar pela escolha, o local do
encontro, o Alaska, que já pertenceu à
Velha Rússia e faz fronteira, é um
estado americano, faz fronteira com a
Rússia. Estados Unidos são vizinhos da
Rússia, que eu sempre digo aqui não é um
país, é um planeta. Todo mundo é vizinho
da Rússia em algum sentido. Mas a
escolha foi interessante porque Vladimir
Putin se obrigou a ir aos Estados Unidos
e não o contrário. E também não foi um
lugar neutro. Há um pouco de
neutralidade nisso, porque, como disse,
o Alaska pertencia à Rússia e foi
vendido para os Estados Unidos em 1867
pelo Quizar Alexandre I. Então, há um
pouco de neutralidade porque, afinal de
contas, Vladimir Putin pisou no que um
dia foi a velha Rússia.
Mas outra simbologia ele pisou numa base
militar, numa base aérea, uma base
conjunta.
E o que as imagens mostravam?
Equipamentos militares americanos,
aviões, caças e helicópteros.
Isso também é bastante simbólico. Um
encontro entre Rússia e Estados Unidos
precisa ter esse pano de fundo, muitas
armas.
Mas a outra simbologia que eu falei
ontem, Sergei Lavrov, o ministro das
relações exteriores da Rússia, chegou
com um camiseta, um moletom que tinha a
inscrição CCCP,
a o acrônimo de União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas em russo,
evidentemente,
o que remete sim aos tempos da Guerra
Fria, muito simbólico.
simbólico também porque Serguei Lavróve
da Velha Guarda, ou seja, ele pertence à
aquele quadro de saldosistas
do antigo modelo, o modelo soviético
para o mundo, coisa que está em voga no
momento lá na Rússia, até porque Medv,
que não é tão velho, é novo, também faz
parte dessa turma saista que quer a
volta do muro de ferro e a volta,
evidentemente, do comunismo para
comandar pelo menos uma parte do
planeta,
metade do planeta, dizem os
saludosistas.
E aí, bem, para nós isso também é
importante, porque talvez dessa nessa
nova configuração
do ressurgimento da antiga União
Soviética nos sonhos desses saudosistas,
o Brasil estaria do lado de lá do muro
do muro de Berlim, vamos dizer assim,
simbolicamente também. É, dessa vez
estaríamos lá, até porque é um sonho do
foro de São Paulo. Quem acompanhou as
atas que o professor Olavo publicava, as
atas, os encontros do Foro de São Paulo
no saudoso Mídia sem máscara, verá que é
um sonho do foro de São Paulo a pátria
grande, que nada mais seria do que a
ressurreição
da da antiga União Soviética com
características latino-americanas.
América do Sul, América Central, uma
parte da América do Norte faria parte da
velha União Soviética.
Pois é, simbologias e mais simbologias.
Mas a mais interessante
foi a apresentação do B2 Spirit, é
aquele poderoso apocalíptico avião que
bombardeou recentemente o Irã, que abriu
crateras imensas no Irã, buscando as
usinas nucleares subterrâneas dos.
Este avião passou sobre Putin e Putin
foi obrigado a olhar um pouco assustado,
porque afinal neste avião o som, até o
som é apocalíptico. Aliás, o som, nesse
caso, é a própria legenda.
Não se coloca um avião desse no ar sem
gastar os tubos. Dizem que ele não sai
do solo por menos de 1 milhão de
dólares. Pois é. E ali estava um avião
poderíssimo gastando os tubos apenas
para passar por poucos segundos, um
segundo
sobre Putin.
Mas evidentemente que na nossa memória
isso durará muito tempo. Desde o momento
em que o avião saiu do solo, passou
sobre a cabeça de Putin e desapareceu,
foram-se muitas horas de reflexão.
Por que será, não é? Por que será que
Donald Trump fez questão de mostrar a
Putin o poderoso avião que já bombardeou
o Irã? Não sei. Quem sabe a semiótica
possa responder. Bem, mas isso são
divagações de um velho professor de
filosofia. O que importa mesmo nesse
caso são os fatos. E os fatos dizem que
o encontro durou mais ou menos 3 horas.
Trump e Putin conversaram por 3 horas. A
imprensa reportou o seguinte, que Trump
afirmou que o dia fora extremamente
bem-sucedido.
Depois desse encontro bem-sucedido,
houve então ligações de Trump. Ele ligou
para líderes europeus, para o secretário
geral da UTAN, mas especialmente para
Zelens, que assim que subiu, assim que
entrou no Air Force One para voltar a
Washington, Trump ligou para Zelens que
conversaram por aproximadamente
uma hora. E nessa conversa telefônica,
então, foi acordado que Zelensk estará
segunda-feira na Casa Branca. Zelenski
confirmou, ele estará em Washington
segunda-feira. E ficou aberta aí a
possibilidade de um encontro trilateral,
Trump, Zelensk e Putin. Bem, existem
também boatos de que Trump, mas isso são
boatos, Trump combinou algo com Putin e
precisaria apenas do Aval de Zelensk
para depois então informar a mídia o que
tinha sido acordado. Por enquanto são só
boatos. Trump disse realmente que a o
que foi discutido, ele não revelaria o
que foi discutido, eh, falaria para
Zelensk e esperaria um sinal positivo de
Zelensk, sugerindo que Zelensk teria que
concordar. E aí também abriu a questão
para as a dúvida, abriu a lacuna para a
dúvida. Trump estava exigindo que
Zelensk concordasse com algo que lhe
seria passado ou apenas dizendo: "Bem,
se Zelensk concordar, ótimo. Se não
concordar, não haverá nenhum acordo de
paz." Efetivamente, não houve nenhum
acordo, mas então existem essas
perspectivas de que alguma coisa foi
colocada de concreto na mesa e
precisaria do aval de Zelensk.
Bem, agora a questão polêmica.
Muitos gostaram do encontro e viram
elementos ou pontos positivos no
encontro, como por exemplo, parte da
para parte dos analistas,
o encontro eh
promovido por Trump convenceu Putin, foi
positivo, porque convenceu Putin a se
reunir em território americano,
demonstrando o claro respeito de Putin.
por Trump. Esse é um dos aspectos
positivos.
Ou seja, muitos estão dizendo que o
aspecto positivo nesse caso foi impor
condições pela força as quais Vladimir
Putin acabou concordando docilmente.
Bem, isso é um aspecto. O outro aspecto
é o negativo. Muita gente não gostou do
encontro. muitos americanos, apoiadores
de Trump, porque viram nisso uma
humilhação para os Estados Unidos.
Algumas fontes dizem que para alguns
analistas hospedar um líder acusado de
crimes de guerra sem consequências
é ruim para os Estados Unidos, porque
inclusive havia alertas de ataques de
falsa bandeira da Rússia um pouco antes
do encontro, o que também eu disse aqui
em vídeo anterior, colaborava para um
clima tenso. O clima tenso não aconteceu
e muita gente torceu o nariz. Afinal de
contas, Putin não é nenhum mocinho nessa
história, mas foi tratado com pompa e
circunstância. E isso, claro, implica em
para muitos, para alguns, uma espécie de
fraqueza do loirão. Claro que é um um
uma interpretação um pouco mais
emocional.
Porque na verdade nós não sabemos o que
foi colocado sobre a mesa, mas que é um
fato, é um fato. Putin saiu, digamos,
com algum brilho desse encontro.
E não deveria ser assim para muitos,
porque ele é o invasor de um país e essa
invasão causou muita dor e sofrimento,
sem falar de todo outro histórico de
Putin em guerras anteriores e foi
recebido então muito amigavelmente por
Donald Trump. E é claro, justifica-se
então que exista aí uma ala insatisfeita
com este encontro ou a forma deste
encontro. Bem, em termos globais,
especialistas destacam que o resultado
deixa a Rússia sem tremores imediatos
e o futuro então depende de negociações
com Zelensk. E a mídia cobriu o evento
ao vivo com o foco na ausência de
avanços.
Se não houve avanços, então o que para
muitos acaba se sobressaindo é a Rússia
ter deixado um encontro de boa,
tranquila, sem tremores imediatos.
Outro ponto que merece destaque foi o
convite de Putin para o próximo
encontro. Putin convidou Trump a ir a
Moscou para discutirem
a para que a próxima etapa seja
discutida em Moscou e evidentemente que
não seria com a presença de Vladimir
Volodimir Zelensk.
Bem, agora eu faço uma pergunta para
encerrar. Se você fosse russo, você
estaria chateado, triste, frustrado com
um encontro ou soltando foguetes? Bem,
talvez nem tanto à terra, nem tanto ao
mar, mas se você for russo, certamente
não estará nada triste, porque como
disse, Putin saiu hum bastante bem desse
encontro. A Rússia está capitalizando
porque antes do encontro Putin era
tratado como um déspota, foi muito bem
recebido,
saiu de boa do Alaska e agora está com
está em condições,
digamos assim, muito favoráveis
para se dirigir ao mundo ocidental como
o homem que é respeitado pelo maior
líder hoje do ocidente.
ou do mundo, vamos dizer, Donald Trump.
Então, se você for russo ou se você
fosse russo, certamente estaria mais
feliz do que muitos americanos que nesse
momento, sim estão frustrados,
principalmente aqueles que apoiaram a
Ucrânia desde o começo. E também se você
for europeu, pode estar bastante
preocupado.
Muita gente pode nesse momento estar
dizendo baixinho, claro que há um tanto
quanto há uma certa ingenuidade
em Donald Trump em relação ao homem que
já foi agente da KGP.
Bem, a questão é a seguinte. Se Donald
Trump deu concessões a Putin, certamente
Putin capitalizará e muito essas
concessões, ou seja, reforçará a ideia
de que ele entrou pequeno no Alaska e
saiu de lá um gigante.
Uau!
Por enquanto é isso. Vou ficando por
aqui, mas a noitinha eu volto, se Deus
quiser. Espero vocês. Até lá.
[Música]
เฮ
[Música]
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