conforme eu havia falado com vocês na live de ontem eu estive assistindo
nesses últimos dois dias a sétima temporada de Black Mirror e eu gostaria de comentar com vocês alguns episódios
aqui no canal ontem quando eu falei isso vocês acharam muito interessante e
principalmente porque esses episódios eles têm tudo a ver com os assuntos que nós tratamos aqui no canal aí quando
vocês gostaram da ideia nessa live de hoje então nós vamos falar sobre o
primeiro episódio da sétima temporada de Black Mirror o nome do episódio é Common
People e é importante de eu começar essa live lembrando vocês de duas coisas a
primeira é que essa live vai ter sim spoilers então se você ainda não
assistiu o Black Mirror e não quer ter spoilers eu recomendo que você saia
dessa live agora eu vou te dar 5 segundos para pensar
1 2 3
4 5 bom quem ficou então saiba que nós teremos spoilers sim e a segunda coisa
que eu preciso avisar vocês é que essa live aqui não é patrocinada pela Netflix
o assunto é realmente muito interessante e realmente muito relevante então eu
resolvi trazer esse assunto aqui pro canal e para não perder absolutamente nada do que eu posto aqui no canal se
você ainda não é inscrito se inscreva é só clicar aqui embaixo no botão inscrever-se e você pode também se
inscrever no canal de Shorts nesse canal eu posto vídeos curtinhos todos os dias
de assuntos de mistérios diários e assim você não fica por fora de um absoluto
nada então recapitulando hoje eu vou falar desse episódio de Black Mirror e
essa live aqui vai ser pauleira tá então se prepara abre bem a sua mente e vem
comigo common People que é esse episódio que está mostrando aqui na tela
apresenta a história de Amanda que é uma professora de escola infantil que sofre
um colapso enquanto estava trabalhando porque ela sofria de um câncer cerebral
o marido dela é o Mike deixa eu pegar uma foto dele aqui deixa eu ver se eu tenho uma foto dele acho que tem o
marido dela é esse cara aí o Mike e ele então enquanto a Amanda está desacordada
porque ela sofreu né ali um desmaio por causa desse câncer ele é abordado por
uma representante da empresa River Mind essa representante fala para ele que
existe um procedimento experimental gratuito para salvar a vida da Amanda
mas esse procedimento tem uma condição que é a assinatura né o pagamento de uma
assinatura mensal de $ para manter as funções cerebrais
ativas da Amanda no começo o casal acha o serviço muito sensacional e aceita né
e até porque não foi uma decisão em conjunto foi só o Mike que decidiu porque a Amanda estava desacordada e
logo no começo eles já começam a enfrentar os primeiros desafios deste
serviço esquisito a Amanda começa a recitar
involuntariamente anúncios publicitários a mobilidade da Amanda também fica limitada fica reduzida porque a
cobertura da River Mind também é limitada e os custos começam a aumentar
e existe uma constante necessidade de upgrades que eles precisam fazer upgrades pagos para evitar que entre ali
essas interrupções de publicidade indesejada então como por exemplo ela mora numa cidade determinada e todos os
anos quando chega o aniversário de casamento dela ela gosta de passear numa cidade vizinha mas ela não pode ir para
essa cidade vizinha porque ao chegar a cidade vizinha ela desliga porque a rede que tá conectada ao cérebro dela não
oferece cobertura para esse plano dela então imaginem vocês ter que pagar R$.800 R$ 800 por mês que são os mesmos
$ para manter o seu cérebro ativo e funcionando e ainda não poder sair da
sua cidade só que gente como todo bom e qualquer eh episódio de Black Mirror a
situação vai piorando por quê porque ela trabalha numa escola infantil e aí
enquanto ela tá dando aula de um absoluto nada ela começa a recitar os anúncios que tem a ver com a situação
ali do momento que ela está envolvida e vivendo então por exemplo quando um aluno dela vai comentar com ela que ele
tá passando por problemas de família em sua casa o anúncio entra e ela sugere um
aconselhamento cristão para ele só que ela faz isso sem perceber porque a
empresa dispara esses anúncios igual esses anúncios chatos que ficam aparecendo no YouTube no TikTok sabe que
a gente não consegue pular e que a gente tem que assistir e ela não tem controle disso tem um caso também de quando uma
criança vai reclamar com ela de que as outras meninas estavam zombando da cara dela porque ela tava usando um tênis
muito velho então ela totalmente sem controle recitou um anúncio de uma loja
de tênis para menininha então vocês podem imaginar a quantidade de problemas vai crescendo e vai crescendo né e
primeiramente eram poucos anúncios mas aos poucos começaram né a ser muitos
anúncios anúncios bizarros inclusive e em horas totalmente inoportunas e isso
gente me fez lembrar uma notícia bizarra que eu contei para vocês há algum tempo
atrás para vocês verem que Black Mirror parece ficção científica mas não é
ficção científica de maneira nenhuma porque por incrível que pareça essa notícia que eu vou mostrar para vocês
aqui agora é verdade essa notícia eu deixei o link aqui embaixo para vocês
lerem né caso vocês tenham curiosidade e ela foi publicada na Isto é dinheiro e
ela fala que empresas estão trabalhando para incluir implantar anúncios em
nossos sonhos anúncios publicitários mesmo sabe essa técnica em questão é
chamada de técnica de incubação de sonhos direcionada TDI a sigla inglês e
ela consiste em expor voluntários diversos voluntários a estímulos
sensoriais então a vídeos a sons a aromas antes desses voluntários dormirem
com o objetivo de influenciar o conteúdo dos sonhos das pessoas e essa abordagem
já tem sido explorada por empresas como a cervejaria MON Corse e também o Burger
King sim o próprio Burger King a Mson Corse para vocês terem uma ideia ela
utilizou essa técnica essa campanha né de colocar anúncios em sonhos antes do
Super Bowl porque ela fez os participantes assistirem a vídeos com imagens de cachoeiras montanhas e
cerveja cors antes de dormir então assim após o sono após terem eh tido contato
né com esses estímulos sensoriais alguns pesquisados relataram ter sonhado com
elementos relacionados à marca e aí cerca de 40 especialistas
preocupadíssimos com essa história de manipulação dos sonhos para fins publicitários eles escreveram uma carta
pro governo em forma né de representar que essa invasão mental levanta questões
sobre consentimento e publicidade então gente isso daí que eu tô mostrando para vocês já é uma notícia real tá embora a
técnica ainda dependa de participação ativa dos indivíduos para assistir né
alguns vídeos específicos antes de dormir os pesquisadores estão com medo de que num futuro e isso não demora para
acontecer tá um futuro próximo existam dispositivos tipo esses dispositivos que
a gente tem como a Alexa como o próprio reloginho né da Apple ou da Samsung como
relógios inteligentes essas coisas assim que eles possam ser usados para influenciar os sonhos sem o conhecimento
ou sem o consentimento das pessoas e daí alguns especialistas como a pesquisadora
Did Barret da Universidade de Harvard até questionaram né ali a eficácia dessa
abordagem ela por exemplo fala que embora seja possível influenciar os sonhos das pessoas não há evidências
sólidas de que isso tem um impacto significativo no comportamento de consumo dos consumidores mas mesmo assim
gente mesmo em dúvida sobre a eficácia essa ideia de inserir publicidade em
nossos sonhos levantou ali uma questão de discussão muito importante sobre o
limite da influência comercial e a necessidade da regulamentação para
proteger a integridade mental nossa né a nossa integridade mental dos consumidores e gente vocês acham que
Black Mirror é uma série que fala de tecnologias que ainda não existem que são impossíveis de existirem e que são
muito distópicas mas não elas já existem o próprio Charlie Brooker que é criador né
da série e eu deixei também essa notícia aqui embaixo na descrição para vocês lerem ele fala de tecnologias que ainda
não existem mas ele também comentou em entrevistas que a realidade atual tá tão
distópica que é realmente muito difícil superá-la na ficção então a realidade tá
tão bizarra que até o próprio criador da série disse que não consegue criar
episódios que sejam mais chocantes do que a própria realidade então muito em
breve caso vocês queiram caso vocês não queiram nós teremos ali interrupções
publicitárias anúncios mesmos né ali que vão acontecer nos nossos sonhos e esse
episódio de Black Mirror Common People ele vem mostrar pra gente como que isso vai acontecer como que isso vai se dar
nosso futuro importante mencionar gente que esse episódio tem o nome de common people justamente porque isso acontece
com pessoas comuns todos os dias pessoas comuns são expostas a situações
parecidas com essa então voltando ali pro episódio diante dessa situação né a
situação financeira do casal vai se deteriorando óbvio né e isso leva o Mike
a realizar tarefas humilhantes em plataformas de streaming para arrecadar
dinheiro tipo o que o pessoal faz no TikTok em live de NPC por exemplo né o
pessoal fica lá: "Ai thanks for the rose thanks for the rose thanks for the rose" inclusive eu coloquei aqui no TikTok na
live eu coloquei a informação assim que eu tô ao vivo no TikTok também para quem tá me assistindo no YouTube eu coloquei
assim: "Olha se essa live atingir a meta eu vou mostrar o cu" eu coloquei aqui
justamente numa provocação do que a gente assiste na série ali né o
tratamento que foi vendido pra Amanda e pro Mike na série ele foi vendido como
gratuito e essa é uma palavra mágica que dentro do universo de Black Mirror a
gente sabe que sempre vem com uma pegadinha infernal a única condição que
eles tinham era pagar uma assinatura mensal de 300 para manter o sistema
ligado e permitir que a Amanda continuasse acordada consciente e humana
então o Mike aceita porque afinal de contas né quem é que deixaria o amor da sua vida morrer se existisse uma
tecnologia que prometesse um jeito para prolongar a vida dessa pessoa só que os custos na série eles não param por aí
porque rapidamente os problemas começam e o que antes era gratuito agora exige
upgrade atrás de upgrade atrás de upgrade como se a vida humana tivesse
virado um joguinho de celular Freemian o que que é um jogo Freemian eu vou até
escrever essa palavra aí para vocês verem é todos esses joguinhos e aplicativos que nós temos no celular
hoje em dia que eles falam que é gratuito para baixar e aí quando você
baixa você acha que é gratuito mas ao baixar você começa a ter que pagar um monte de coisinha para ter acesso a
funcionalidades básicas do aplicativo e cada vez mais e mais essas
funcionalidades vão sendo cobradas cada vez mais caro então essa crítica ácida
desse episódio ela vem a essa como é que eu posso dizer
essa economia da assinatura né e a vida da Amanda da personagem ela é fracionada
em micropagamentos e qualquer tentativa de recuperação plena é bloqueada por
payouts tecnológicos então é uma sátira perversa desse modelo
econômico contemporâneo onde até mesmo a funcionalidade básica é vendida como
extra então à medida que as cobranças se acumulam o Mike é forçado a participar
de plataformas de streaming e ele começa a se humilhar né ele começa a fazer
coisas totalmente degradantes em troca de gorgetas algo que é muito semelhante
ao que acontece hoje no TikTok por exemplo ou no Only Fans por exemplo ou
em qualquer plataforma aqueles aplicativos de caridade eh gamificada que você tem que ficar o tempo todo
pagando para as pessoas fazerem determinadas coisas então quando ele não consegue mais manter os pagamentos né
desse serviço que a Amanda tem dentro do cérebro a Amanda entra num estado de
standby então ela continua viva mas ela fica apagada como um celular com a
bateria fraca deixado ali no canto de uma mesa e este episódio termina com um
dilema moral que é agonizante já vou avisar para vocês que quem tá assistindo
a live ainda não assistiu o episódio que vá assistir mas já vá preparado tá a
Amanda pede ao Mike e essa foto aqui mostra como ela ficou doente como a situação ficou bem complicada ela pede
para ele que ela seja desligada porque ela não pode se desligar porque se
desligar envolve quebrar contratos né e desativar essa inteligência artificial
e aí então o Mike acaba optando por desligar a Amanda ou seja ele acaba com
a vida dela então common people vem mostrar pra gente ele é um verdadeiro tapa na cara da gente mas ele também é
um espelho da nossa realidade e pior ele é um aviso né porque ele questiona gente
o quanto custa continuar vivo hoje em dia quem realmente tem o poder de
decidir quem vive e quem morre
quando Ai gente só um minuto aqui só um minuto porque parece que aconteceu uma
coisa bem louca aqui no meu no meu celular ah sei lá a live do TikTok caiu foi banida a live nossa mas é realmente
um assunto muito muito perigoso de ser falado né porque se você fala sobre esse
assunto no TikTok não pode agora ficar mostrando o cu no TikTok pode bom tudo bem a live no TikTok foi banida mas aqui
continua como eu diria eh quem realmente tem o poder de decidir quem vive ou quem
morre quando a sobrevivência é mediada por empresas de tecnologia e aquilo que
nós chamamos de vida já deve ter sido transformado num produto que só pode ser mantido se você continuar pagando então
a genialidade de Black Mirror sempre existiu nessa capacidade de pegar a
realidade de transformar a realidade levemente e de nos mostrar um resultado
que eu diria que é bizarro que é um espelho deformado porém reconhecível né
embora seja uma coisa muito absurda a gente reconhece essa realidade desse episódio na nossa vida então ele traz
ali uma distorção da realidade sim mas nem tanto porque talvez nem precise de
tanta distorção ele só acelera um processo que já está em curso que é a
privatização completa da existência humana a questão da fragmentação em
microprodutos tecnológicos e pacotes de assinatura que prometem te manter vivo
mas só até onde o seu dinheiro puder pagar e é aquela coisa né você quer
viver se você quer viver assine agora uma assinatura de $00 é um exagero não só no número né
porque a essência em si é idêntica àquilo que nós vivemos hoje hoje em dia
nós temos planos de saúde premium que custam milhares de dólares né de reais
ou de dólares que dão acesso à aquilo que deveria ser um direito básico como
por exemplo uma consulta com especialista uma ut bem equipada um
exame de imagem então é aquela coisa né se você não puder pagar bem você entra numa fila que mais mata do que cura no
Brasil por exemplo segundo dados do IPGE mais de 70% da população depende
exclusivamente do SUS que é esse sistema que embora vital tá totalmente sucateado
né vocês sabem muito bem do que eu tô falando nos Estados Unidos onde a saúde é quase totalmente privada uma simples
ida no hospital pode custar mais de 10.000 mesmo se você tem plano de saúde
e eu que o diga porque se vocês quiserem depois eu conto os escândalos de saúde
que eu vivi ou que eu sobrevivi nos Estados Unidos tá me cobrem aí no final da live que eu conto para vocês e não é
só o atendimento né por quê porque a própria vida continua virando um serviço
pago o tempo todo vou usar aqui alguns exemplos tá pessoas com diabetes por exemplo elas gastam milhares de reais
por ano em insulina sim porque sem insulina a pessoa morre e sim as grandes
farmacêuticas controlam esse acesso à insulina da exata mesma maneira que a
River Mind na série controlava o despertar da Amanda então não é à toa
que o CEO da Eli Lili que é uma das maiores fabricantes El Lili né não é Eli
que é uma das maiores fabricantes da insulina no mundo é considerado um dos homens mais poderosos da medicina em
2023 teve uma campanha viral exigindo a redução do preço da insulina e essa
campanha forçou a empresa a fingir empatia reduzindo o valor mas isso só
aconteceu depois dessa pressão global que surgiu agora o que Black Mirror faz
com a River Mind já está acontecendo em empresas como o Google como a Amazon
como a Apple que estão entrando de cabeça no setor de saúde o Apple Watch
por exemplo que é aquele reloginho que a gente gosta de usar né ele oferece monitoramento cardíaco em tempo real e
isso é maravilhoso não é porque esse serviço é uma coisa que a gente não
tinha antes bom é maravilhoso até você saber que os seus dados de saúde são
compartilhados com seguradoras por exemplo seguradoras essas que podem cobrar mais caro quando você for renovar
o seu seguro saúde então é assim você literalmente tá pagando para existir aí
todo e qualquer batimento cardíaco estranho todo e qualquer alerta de estress um aviso que você dorme mal tudo
isso pode se transformar em uma justificativa para aumentar o preço da
sua vida isso sem falar né gente naquele projeto Amazon Care que foi encerrado
recentemente após críticas pesadas a proposta do Amazon Care era muito promissora era uma espécie de médico por
aplicativo entrega de remédio com drone e exames feitos em casa só que a crítica
a esse serviço caiu como uma bomba por quê porque a Amazon estaria armazenando
e vendendo dados de saúde para parceiros comerciais então a linha entre o cuidado
e o controle tava completamente confusa e como sempre né quando existe lucro e
tecnologia unidos é exatamente isso que nós temos então no episódio o Mike
participa de lives como essa que eu estava tentando fazer no TikTok e que fui banida não sei por porque eu não
falei exatamente que eu ia mostrar né o eu coloquei uma
figurinha então eu eh no na série existia uma plataforma especial para
isso né ele ficava tentando ali arrecadar fundos para tentar pagar essas
contas exorbitantes ali que exigiam que ele pagasse porque se ele não pagasse a
Amanda esposa dele ia de arrasta parece um exagero isso que eu tô falando para vocês mas não é exagero gente
plataformas como o TikTok como a Twitch como o Quai já existem e elas fazem
exatamente isso milhões de pessoas recorrem a transmissões ao vivo todos os
dias e elas estão buscando o quê elas estão buscando doações e essas doações
esses conteúdos eles são emocionalmente carregados né eles vêm ali com muito
sofrimento porque são pessoas implorando por ajuda implorando por ai me mandem
rosas me mande rosas cada rosa dessa no TikTok é
0,001 de dólar e assim tem coisas muito piores que aparecem para mim no TikTok
tem umas lives que sempre que eu tô passando o TikTok principalmente de manhã aqui que é a madrugada dos Estados
Unidos de gente doente mostrando diagnóstico mostrando cicatriz mostrando
crise de ansiedade então a dor virou um espetáculo e o público muitas vezes
sádico e isso também é mostrado na série eh paga em troca de cada vez mais e mais
e mais sofrimento como quem joga uma moeda e um gladiador digital então no
Brasil isso se reflete nas vaquinhas virtuais por exemplo né nós temos muitas
quantas vaquinhas virtuais nós temos todas as semanas para custear cirurgia
exame remédio de alto custo enquanto que nós temos celebridades e subcelebridades
que fazem procedimentos estéticos com desconto ou às vezes totalmente de graça
só porque elas estão divulgando o procedimento então tem um monte de subcelebridade youtuber
influencer que faz cirurgia plástica na permuta que faz procedimento estético na
permuta e isso gente é totalmente normal e totalmente aceito pela nossa sociedade
mas aí quando tem uma mãe desesperada procurando tratamento pro câncer do filho ela é obrigada a se humilhar na
internet e pedir dinheiro na internet porque o sistema de saúde do país que ela mora não cobre isso ou se ela tem
dinheiro para pagar mesmo que ela salve a vida do filho ela vai ficar com dívida pra vida inteira então a desigualdade tá
escancarada e o sofrimento virou conteúdo o sofrimento é monetizável é
escalável é patrocinável e nós vivemos em uma era onde o sofrimento virou
commodity a doença a dor a velice o medo de morrer o luto eles são explorados por
empresas por governos por plataformas digitais como ativos financeiros
altamente lucrativos então nesse episódio aqui de Black Mirror que é o Common People eu assisti ele e ele é um
episódio extremamente forte mas ele não é apenas uma metáfora ele é um retrato
simbólico desse novo mercado que é um mercado que só cresce que é a indústria
do desespero então a morte virou um produto e a vida virou uma assinatura na
série a Amanda tá tecnicamente viva tá mas apenas enquanto a família conseguir
bancar o plano mensal do River Mind então a imagem é muito brutal porque a
vida vira uma espécie de um streaming de si mesma né um contrato que você precisa
renovar mês a mês ali como se pudesse ser desligado ali por falta de pagamento
e pode e isso já acontece nós vamos pegar aqui por exemplo o setor funerário
o setor hospitalar uma UTI privada no Brasil hoje pode custar entre R$ 4.000 a
R$ 12.000 R$ 1.000 por dia sim é exatamente isso que vocês estão ouvindo e aí quando a pessoa não pode pagar a
transferência para um hospital público e a interrupção do tratamento não é ficção
é protocolo então tem famílias que vendem carros casas e tudo mais para
poder comprar mais alguns dias de vida de seu ente querido dentro de um
hospital privado nos Estados Unidos as dívidas médicas são a principal causa de
falência pessoal e eu tenho um caso pessoal desses né que aconteceu com uma pessoa muito próxima de mim eh era um
amigo que teve câncer terminal nos Estados Unidos e ele tinha tudo tudo que vocês podem imaginar ele tinha inclusive
casa ele morava no condomínio do Silvio Santos em Orlando que é aquele lá do
Celebration né só que depois da morte dele com todas as dívidas a família tá
até hoje 7 anos depois pagando as dívidas e nunca conseguiu se reerguer
família essa inclusive que mora de favor na casa de amigos por causa disso então
não é cartão de crédito não é hipoteca é de saúde que a gente tá falando a pessoa
adoece ela se trata e se ela consegue sobreviver depois ela vive uma vida
endividada refa que cobra juros pela cura então literalmente todos os dias
nós pagamos para não morrer e nos últimos anos gente como essa história é
muito dark o negócio só vai piorando aqui dentro desse vídeo tá então já vou pedir para vocês que estão aí assistindo
essa live que vocês compartilhem essas lives que vocês enviem para as pessoas
principalmente essa live aqui porque quanto mais gente souber desses assuntos que eu estou tratando aqui dentro hoje
melhor nos últimos anos surgiram empresas startups principalmente
voltadas ao bem morrer olha que bizarro essas empresas oferecem experiências de
fins de vida como se fossem pacotes de viagem então são quartos privativos com
vista música ambiente aromaterapia realidade virtual de despedida e isso
inclusive é mostrado em outro episódio da sétima temporada de Black Mirror que
se vocês quiserem se vocês gostarem eu faço ali um vídeo igual você nesse aqui pra gente ir comentando essas nuances do
episódio tá e aplicativos que ajudam a
organizar o testamento dessa pessoa de uma maneira totalmente digital então a
ideia parece uma ideia nobre em parte até é só que essa ideia né dessas
empresas do bem morrer elas também revelam como que o mercado descobriu que
a morte é um evento muito lucrativo tem uma empresa que se chama Ferrow ou seja
despedida e uma outra que se chama Recomposer essa Recompose está nos Estados Unidos essas duas empresas elas
oferecem pacotes ecológicos de cremação transformação do corpo da pessoa em
planta e experiências transcendentais de despedida da pessoa
que morreu e tem um porém né um porém bem uma um detalhe gente uma coisa assim
pequena os preços são estratosféricos é uma morte muito bem elaborada mas só
para quem pode pagar e essa é a mesma lógica da cadeia do capitalismo moderno
na vida só que na vida a gente sabe que tem tudo isso a gente começa a perceber
que isso existe na morte também quando episódios como esse do Black Mirror
começam a aparecer pra gente então tem um filósofo chamado Aquile Member
ele cunhou um termo que eu acho muito interessante que é o termo da necropolítica e essa necropolítica vem
para descrever esse regime em que o Estado então ou entidades privadas né pode ser os dois no caso do
neoliberalismo extremo que é o que a gente vive principalmente nos Estados Unidos o Estado e as empresas elas
decidem quem merece viver e quem pode morrer e como essa pessoa pode morrer
então nós vivemos num mundo onde o acesso à saúde a alimentação ao abrigo a
segurança tudo isso todo o nosso acesso tudo ele depende de pagamento nós
estamos vivendo uma necropolítica de mercado por quê porque o capital decide
até como a gente vai morrer e a Amanda da série gente é muito interessante da
gente pensar e principalmente se colocar no lugar dela e é impossível você eh
assistir esse episódio você não se colocar no lugar dela porque a Amanda da série somos nós porque cada um com a sua
própria assinatura né e a genialidade desse episódio tá justamente da gente se
perguntar o que que a gente faria se a Amanda fosse nós mesmos né e se a Amanda
fosse você o que você faria se você dependesse de uma medicação que fosse
essencial e que custasse mais do que você ganha o que você faria e se o único
tratamento que pode salvar o teu filho fosse vendido com uma atualização premium o que você faria e se para
manter sua mãe consciente você tivesse que fazer dancinhas no TikTok em troca de moedas digitais ou coisas muito
piores né gente porque a dancinha aqui nesse caso é o que dói menos e tudo isso
já acontece né já existem pessoas vivendo sob esse tipo de lógica que eu
tô desenhando para vocês vocês lembram da polêmica das lives de NPC no TikTok pois é TikTok baniu as lives de NPC mas
não por isso elas pararam de aparecer vira e mexe aparecem umas lives de NPC para mim
então agora é exatamente por isso que eu falei eu deixei bem claro no começo
dessa live aqui que esse episódio essa esse episódio aqui que nós estamos
falando essa live aqui ela não é de maneira nenhuma patrocinada por quê
porque a Netflix gente ela faz essa exata mesma coisa que eu tô contando para vocês só que na indústria do
entretenimento a Netflix te oferece música né te oferece filmes desculpa o
Spotify te oferece música a Amazon te oferece entrega no mesmo dia com o
Amazon Prime né e a River Mind que é a empresa da série ela te oferece a sua
vida de volta por apenas $ por mês então o modelo de assinatura vital que
sustenta a trama desse episódio é a primeira vista um absurdo completo mas
se você perceber se você parar para prestar atenção você está vivendo sob
esse modelo e pior as pessoas acham isso muito conveniente então no episódio a
Amanda ela só tem acesso às funções básicas desse implante que foi colocado
na consciência dela e para remover os anúncios o Mike precisa comprar um plano
superior para que ela possa se mover para que ela possa pensar para que ela possa manter a lucidez ali é preciso que
esses upgrades sejam pagos o tempo todo e a River Mind gente ela representa uma
espécie de eh pacote de consciência como se
pacote de consciência pudesse ser vendido em um aplicativo agora eu quero
que vocês pensem e que vocês façam uma reflexão de quantas vezes vocês já viram
isso na vida real porque eu vejo isso todos os dias nós temos planos de saúde
com coparticipação onde você paga ali uma mensalidade básica mas cada uso que
você tem é tarifado um valor extra nós temos pessoas que dependem né de medicação tarja preta tarja preta é essa
que exige renovação constante de receita o que faz com que você tenha que pegar a receita por fora o tempo todo para
continuar vivo se você não tem dinheiro para voltar naquele médico né nós temos aplicativos de saúde mental como o Calma
e o Head Space que te oferecem alívio para crises de ansiedade mas se você
pagar a mensalidade e esses dias gente aconteceu uma coisa comigo que também tem a ver com isso aí eu queria dividir
com vocês eu tenho um plano de saúde aqui na Polônia caríssimo tá então façam as contas eu pago aproximadamente 17.000
1 slot por ano para esse plano de saúde para mim e pro meu marido isso deve dar algo que em torno de R$ 25 a R$ 27.000
por ano e esse plano inclui o plano odontológico né e ali no coiso fala: "Se
você precisar de consultas odontológicas tal tá incluído." Só que neste ano em específico eu precisei ir duas vezes no
dentista e aí essa segunda ida né foi cobrada por quê o plano já não inclui
ali a ida no dentista isso não é estranho pois é é estranho mas ao mesmo tempo é normal isso acontece todos os
dias o tempo todo com todo mundo por quê porque o mundo tá cada dia mais caro né
e as empresas ficam inventando essas pegadinhas para ter lucro e ainda quando
acontece essas coisas igual aconteceu na semana passada lá com a história do tarifaço do Trump que já está sendo
visto como uma das maiores estratégias de manipulação de mercado e de trading
interno as pessoas são obrigadas a desenvolver estratégias cada vez mais absurdas para ganhar cada vez mais
dinheiro porque as coisas estão cada vez mais caras os milionários bilionários
amigos do Trump eles ganharam muito dinheiro com essa história mas as pessoas normais as pessoas comuns que
tinham um pouquinho de dinheiro investido ou guardado essas pessoas que
são os pobres do planeta que são a maioria do planeta essas pessoas perderam muito dinheiro com essa
história e vão continuar perdendo porque elas vão ver essa conta toda que eu tô
mostrando para vocês lá na conta do supermercado na conta do seguro que ficou mais caro no carro que ficou mais
caro na gasolina que ficou mais caro cara enfim claro que o assunto aqui desse vídeo não é a política econômica
do Trump mas os assuntos se alinham né por que se alinham porque o mundo fica
cada vez mais caro e as pessoas e as empresas são obrigadas a desenvolverem
cada vez mais e mais e mais estratégias para ganhar mais dinheiro o
tempo todo tem que ganhar mais dinheiro para pagar coisas hum que estão cada
dias mais caras então o que nós temos é uma versão da vida premium você nasce
com acesso limitado ao básico e você precisa pagar para viver plenamente
vocês conhecem essa expressão frem eu gosto de explicar as coisas porque tem muita gente que às vezes não conhece a
expressão tá o premium é todo e qualquer aplicativo hoje em dia que é aquele aplicativo que você baixou de graça mas
você tem que pagar dentro do aplicativo e isso é qualquer coisa hoje em dia né ai é de graça para baixar e na série a
Amanda recebe isso ai a cirurgia é de graça mas tem uma assinatura de 300 por
mês então nós a nossa vida eh quando a gente nasce aqui no planeta a gente
nasce com a versão premium certo mas se a gente quiser ter acesso às coisas a
gente tem que pagar muito caro para viver plenamente então nesse episódio de
Black Mirroring Common People o Mike sempre tem a ilusão de poder estar escolhendo porque ele pode dizer sim ou
não a um contrato mais caro desse chip que tá no cérebro da esposa dele né
mas ao mudar de plano ao cancelar e ao negociar todas essas escolhas são falsas
porque a alternativa à assinatura é a morte da esposa dele e nesse mundo que a
gente vive a lógica é igual você pode escolher não ter plano de saúde você
pode escolher não pagar o medicamento você pode não comprar o inalador você
pode não fazer a fisioterapia mas isso significa dor ou em muitos
casos isso significa morte então que tipo de liberdade existe em uma escolha
onde a outra opção é morrer é óbvio é uma falsa liberdade né
essa liberdade desse mercado neoliberalista que adora vender ou você
é livre para se endividar se você precisar tratar um câncer você é livre
para não tomar insulina e morrer você é livre para decidir se você vai comer ou
se você vai comprar o seu remédio é uma liberdade que tem todo um tom de chantagem né e tem um outro ponto também
que é muito sutil e ao mesmo tempo genial desse episódio que é a estética
né porque o aplicativo gente que é o River Mind ele eh mostra pra gente né
uma interface toda clean toda amigável tipo Apple onde planos de vida são
vendidos com ícones coloridos com descrições simpáticas tipo mobilidade
leve com memória estendida com silêncio publicitário e isso meu povo parece
fantasia parece uma série de ficção mas não é fantasia não é só uma série de
ficção já existem aplicativos que mostram o seu plano de saúde em
dashboard de gamificação então o meu por exemplo é assim vou mostrar para vocês eh eu uso um plano de saúde aqui na
Polonia que se chama Luxmad né e eles têm um portal do paciente que é um aplicativo onde você não sei se vai dar
para ver aí que é muito claro onde você agenda todas as consultas e tal e daí aqui embaixo tem um maisinho que mostra
quantas consultas você tem quantos pontos você pode usar como aproveitar melhor o seu plano então a saúde gente
hoje em dia virou um programa de milhas né e a verdade por trás dessas
interfaces é muito brutal então por trás daquele ícone com coração azul existe um
algoritmo que calcula quanto você pode pagar e o quanto você está disposto a
sofrer até aceitar pagar e mais e mais e mais e só continuar pagando e aí vem
aquela pergunta né a pergunta que mostra a realidade sobre o mundo que a gente
vive que é quanto custa estar vivo quanto que você paga hoje alguma vez
vocês já pensaram em tudo isso quanto vocês pagam para estar vivos porque a
resposta é claro pode variar né de acordo com o país de acordo com a condição médica de acordo com a classe
social mas a verdade é uma só a verdade é que a vida tem preço sim esse preço é
alto é injusto para muitos é impagável para muitos e a partir de agora eu vou
te passar alguns números que eu levantei aqui quando eu estava pensando né nesse
assunto e principalmente nesse episódio tá nos Estados Unidos existe um modelo
já muito parecido com o episódio de Common People e os dados são bem chocantes uma conta hospitalar média
para um infarto agudo do miocárdio né que é o famoso ataque cardíaco pode
ultrapassar $.000 se tiver internação em UTI já se a gente tiver falando de o
tratamento completo de câncer esse tratamento pode ficar entre 150.000 000
a 300.000 dependendo do estágio que o câncer tá e do tipo de câncer se você
pediu uma ambulância e eu já caí nesse erro tá quando eu morei nos Estados Unidos eu já pedi uma ambulância essa
ambulância pode te gerar uma cobrança de $2.500 a
$.000 então sem um seguro saúde nos Estados Unidos a morte é praticamente
garantida com um seguro saúde nos Estados Unidos você sobrevive mas depois fica com
dívida então de acordo com a Fundação Kaiser Family Foundation
66,5% das falências pessoais nos Estados Unidos estão ligadas a despesas médicas
e no Brasil também eu andei pesquisando segundo a Agência Nacional de Saúde o
custo médio mensal de um plano de saúde individual em 2024 ultrapassa R$ 1.000
para pessoas com mais de 60 anos custo mensal são R$ 1.000 por mês tá para uma
pessoa com mais de 60 anos pessoa essa que deve estar aposentada que deve receber ali uma aposentadoria de um
salário mínimo e aí como é que a conta fecha gente não fecha né mais de 70% da população
brasileira depende exclusivamente do SUS que mais uma vez embora seja universal e
gratuito ele tem um subfinanciamento péssimo tem filas gigantescas e tem
muita falta de insumo então famílias de baixa renda gastam em média 24% de sua
renda mensal com saúde isso inclui remédio transporte para fazer o
atendimento consultas particulares de emergência ou seja ou você paga ou você
espera e morrer esperando é uma realidade para muitas pessoas então quem
tem uma doença crônica vive de um sistema de pagamento constante a própria
Amanda nos Estados no na série né a Amanda que estava muito doente ela tinha
uma doença crônica e ela dependia ali de um pagamento mensal eterno né a insulina
nos Estados Unidos por exemplo ela pode custar $00 por frasco e daí muitos
pacientes precisam de dois a quatro frascos por mês em 2023 depois daquela
forte pressão popular que eu falei para vocês as indústrias farmacêuticas algumas reduziram esse valor mas disso
só se deu depois de muita pressão e depois de décadas de lucro em cima da
dor no Brasil gente a insulina é gratuita no SUS mas frequentemente fica fora de estoque
não tem estoque em muitas cidades em 2022 cidades como São Paulo Recife Porto
Alegre enfrentaram crises gigantescas de abastecimento obrigando os pacientes a
ter que comprar essa insulina na farmácia onde os preços podem ultrapassar os R$ 400 por mês e daí nós
temos também outros medicamentos que podem sair ainda mais caro né nós temos medicamentos de uso contínuo como para
pacientes com epilepsia com hipertensão com transtornos mentais que também
sofrem com encarecimento e com escassez especialmente após cortes no orçamento
público da saúde então nós temos o caso do Ozenique que é um caso muito famoso né de pessoas que estão utilizando de
uma maneira totalmente enlouquecida esse remédio que foi feito para tratar pacientes com
diabetes e aí quando a pessoa que realmente tem diabetes precisa ter acesso a esse medicamento ela não pode
por quê porque o medicamento está em falta e também o preço subiu porque a demanda no mercado subiu né existe
aquela questão básica da econômica de oferta e demanda oferta e procura e aí o
medicamento subiu então o endividamento por razões médicas não é ficção tá em
2022 teve uma pesquisa e daí 10% das dívidas de famílias brasileiras estavam
relacionadas à saúde isso são dados do Serasa que eu tô trazendo aqui para vocês então muitas dessas dívidas não
são sequer de tratamentos longos nós não estamos falando de tratamentos que duram muito tempo nós estamos falando de
simples urgências ou por exemplo uma cirurgia de apendicite que você tem que correr no hospital uma cesárea que não
estava planejada que você tem que correr no hospital as famílias relatam nessas pesquisas que elas vendem o carro que
elas vendem móveis e que elas usam até todo o limite do cartão de crédito para tentar manter alguém vivo ou funcional
isso no Brasil gente que tanto se gaba dessa porcaria desse SUS e aí vai ter gente nos comentários para falar: "Ai
carambol não fala mal do SUS" ah é tão bom né nossa podemos elogiar realmente
nos Estados Unidos isso é ainda mais brutal porque segundo o estudo da Urban Institute de 2023 100 milhões de
americanos ou seja um em cada quase três né vivem com dívidas médicas em aberto
eu mesmo gente quando eu morava nos Estados Unidos eu tinha muita dívida médica mesmo tendo um plano de saúde com
coparticipação pago pela empresa por quê porque eu vivo tendo pedra no rim quando eu morava nos Estados Unidos eu tinha
mais né muito mais crise e cada vez que eu ia no hospital para tomar um remédio
na veia era uma coisa simples tomar um remédio na veia fazer uma tomografia para ver onde essa pedra estava era
6.000 7.000 8.000 aí o plano pagava 70%
e 30% de muito dinheiro ainda é muito dinheiro ou seja se eu tivesse duas
crises renais por mês eu pagaria $.000 pro hospital
se eu tivesse às vezes eu tinha crise renal e mesmo tendo seguro saúde mesmo
tendo acesso aos melhores hospitais do mundo que existem nos Estados Unidos eu não ia pro hospital eu ficava em casa
como uma grávida que tá tendo eh filho sabe uma pensa uma grávida no topo de uma montanha que não tem acesso ao
hospital eu ficava andando de um lado pro outro dentro de casa tomando comprimido muitas vezes o Oxyin que nós
já vamos entrar nesse assunto pra pedra sair e eu não precisar ir no hospital e
assim casos como esse meu que eu tô contando que é pequeno gente perto de coisas enormes que eu ouvia das pessoas
nos Estados Unidos acontecem o tempo todo então desses 100 milhões de
americanos 60% de acordo com pesquisas deixam de comprar comida ou pagar
aluguel para tentar manter tratamentos de saúde ou seja as pessoas morrem para
pagar a própria vida e enquanto a população se individa para não morrer as empresas de saúde essas
indústrias gigantescas farmacêuticas elas batem recordes e recordes e recordes de lucro só para
vocês terem assim uma ideia em 2023 a Pfizer óbvio que ela ia ter uma receita
absurda em 2023 por causa da vacina eh teve uma receita de apenas 100 bilhões
de dólares tá hum por causa da venda de vacinas e de
remédios que embora sejam necessários foram vendidos a preços controlados
pelas patentes das pesquisas a United Health que é a maior operadora de plano
de saúde dos Estados Unidos lucrou 24 bilhões de dólares no último ano no
Brasil nós temos a A000 e a Notridame por exemplo a Intermédica também né notreddam intermédica que é o nome da
empresa e juntas elas lucraram mais de 2 bilhões em 2023 mesmo com milhares de
reclamações negativas sobre cobertura então aquela coisa né plano de saúde é ruim mas é aquilo se a gente não tiver é
pior então eles forçam a gente a continuar pagando o tempo todo e a lógica é bem simples e cruel quanto mais
as pessoas adoecem mais as empresas lucram quanto mais medo as pessoas têm
da morte mais elas estão dispostas a pagar então esse episódio de Black
Mirror eu achei ele assim fantástico e ele não é apenas uma crítica ao sistema
de saúde ele também é uma denúncia velada da forma como a tecnologia cada
vez mais presente em nossa vida íntima ela deixa de ser uma ferramenta e ela
passa a ser um mecanismo de extração extração de dado extração de atenção
extração de dinheiro extração de humanidade eu sempre falo para vocês essa frase e eu vou falar novamente a
frase é: primeiro eles te adoecem tô até digitando aqui tá para
depois te vender a cura é exatamente isso é exatamente isso que acontece aqui
nesse planeta a River Mind na série que é essa empresa fictícia que salva
pessoas ela é uma uma fusão vai uma junção bizarra de hospital startup de
inteligência artificial e plataforma de streaming ela muito entre aspas salva a
Amanda mas ao mesmo tempo ela transforma a Amanda em produto digital em ponto de
coleta de dados e em mídia programática então ela literalmente transforma a
consciência da Amanda deixando com que a consciência dela vire um lugar uma plataforma de anúncios então sim isso é
absurdo mas isso acontece na vida real e nos últimos anos existe uma coisa também
que eu considero mais bizarro do que tudo isso que é a ilusão do cuidado
digital eu vou até digitar aqui para que a gente tenha uma espécie de título pro
assunto que a gente tá falando tá nos últimos anos centenas de aplicativos surgiram com promessa de melhorar sua
saúde vocês já perceberam isso tem aplicativo para controle de ansiedade aplicativo para acompanhar ciclo
menstrual aplicativo para monitorar batimento cardíaco para contar passo para contar caloria para contar glicemia
para contar oxigenação para contar humor para te ensinar exercícios e gente tudo
isso parece muito empoderador não é porque você tem ali na sua mão aplicativo que te ajuda basicamente
a viver né até aí maravilha beleza só que a maioria desses aplicativos eles
armazenam os seus dados e vendem os seus dados para terceiros tipo para
seguradoras óbvio e para anunciantes então em 2002 uma denúncia daquela
empresa de mídia Vice não sei se vocês já viram eles fazem várias denúncias assim né ela revelou que vários desses
aplicativos de saúde mental como o Better Help e o Talkspace eles estavam
compartilhando informações sensíveis com o Facebook para campanhas
de marketing direcionadas então assim óbvio que isso não é novidade para ninguém né mas os usuários estavam
procurando ajuda para depressão nesses aplicativos e esses usuários começaram a
receber anúncios de antidepressivos e de terapias pagas ou seja o que deveria ser
um aplicativo de autocuidado virou um funil de vendas então a sua saúde
emocional para esses aplicativos é metadado a sua saúde é monetizada a sua
dor é monetizada esses smartwatchs que nós utilizamos todos os dias eles vendem né esses
produtos todos com uma proposta de que isso vai melhorar a sua saúde e que você
vai conseguir controlar tudo que tem em relação com a sua saúde se você tiver usando o Apple Watch o Galaxy Watch o
Fitbit eles promovem bem-estar pra pessoa que tá usando mas eles também funcionam como sensores corporais que
estão atrelados a você 24 horas por dia 7 dias por semana eles monitoram a sua
frequência cardíaca o seu nível de estress os seus padrões de sono o seu
comportamento físico a quantidade de exercício que você faz e esses dados eles são enviados para Apple não pense
você que esses dados não saem do seu celular porque eles saem sim e daí essas
empresas com esses dados elas conseguem prever tendências de saúde comportamentos de risco e até alterações
emocionais então você não apenas está sendo observado o tempo todo você está
sendo modelado né eles fazem um modelo da sua pessoa e esse modelo é vendido
esse modelo é utilizado para ajustar o valor do seu plano de saúde com base no
seu risco então quando você vai fazer lá né vai preencher uma ficha na internet
ou pessoalmente para poder pedir um novo plano de saúde as empresas consultam na
internet os seus dados que foram vendidos por esses aplicativos que a gente utiliza todos os dias
e aí então você começa a receber propagandas de produtos de saúde personalizados bem caros né porque essas
empresas vão criando perfis comportamentais que são vendidos paraa indústria farmacêutica nos Estados
Unidos a John Hancock que é uma empresa seguradora ela passou a oferecer planos
de seguro de vida com base no uso do Fitbit sabe a pulseirinha pois é o que
acontece gente é que quem não usa a pulseira ou quem usa essa pulseira de uma maneira ruim paga mais caro no
seguro saúde olha o absurdo é a gamificação da saúde né e principalmente
uma gamificação com consequências reais por quê porque a promessa gente é que muito em
breve a inteligência artificial será utilizada para analisar esses dados para
controlar a saúde e também será utilizada como médica tá eh esses muitos
aplicativos de inteligência artificial que nós utilizamos todos os dias o próprio chat GPT mesmo se você perguntar
para ele sobre qualquer sintoma de doença e falar: "Estou sentindo tarará tarará tarará" ele vai entender que você
tá com aquela dor que você tá com aquele problema de saúde e ele vai armazenando
os dados de todos os sintomas que você teve e ele tá enviando para algum lugar
então é por isso que eu falei para vocês que a live de hoje falei isso ontem tá
na live de ontem que a live de hoje ia ser sobre essa frase: quando algo é de
graça ui pera aí graça o produto é
você aqui quando algo é de graça o produto é você e no caso eu por exemplo
utilizo a versão paga do chat GPT mas mesmo assim ele ainda está coletando
dados da minha pessoa ou seja qualquer semelhança com o aplicativo da River
Mind que é mostrado na série não é mera coincidência porque o aplicativo ele
coleta né dados da Amanda ele faz com que a Amanda fale propagandas o tempo todo porque ela utilizava a versão
básica do aplicativo que seria o equivalente à versão gratuita do Chat GPT a partir do momento que eu tô
pagando o premium o chat GPT premium eu tô tendo acesso a mais funcionalidades
igual a Amanda na série que a Amanda ela ao pagar o premium ela podia se locomover para regiões onde tinha
cobertura e ela não apagava e o chat EPT fazendo um paralelo ele vai
dar mais opções você vai gerar imagens com mais velocidade você vai conseguir obter informações mais precisas tem um
monte de benefício por pagar o premium mas ao mesmo tempo mesmo pagando o premium o chatt está coletando seus
dados então hoje em dia essa frase ela não serve mais quando algo é de graça o
produto é você não serve mais hoje em dia nós temos esta frase aqui o tempo
todo o produto é você independente se você tá pagando assinatura ou se você
não tá pagando assinatura muito em breve nós teremos diagnósticos mais rápidos consultas automatizadas triagem
eficiente personalização do tratamento tudo feito por inteligência artificial hoje em dia nós temos empresas como a
Google Helph Sim a empresa de saúde do Google você não sabia que isso existia
se você não sabia que isso existia temos aí mais um braço do Google a Google Health a IBM Watson que é uma empresa de
saúde elas estão desenvolvendo sistemas de inteligência artificial para identificar doenças em exames de imagem
com maior precisão em humanos essas mesmas inteligências artificiais elas
vão analisar históricos médicos prever complicações indicar planos de tratamento baseado em estatística então
tudo isso parece muito incrível até que você descobre que esses algoritmos são
treinados com dados envieszados a maioria das bases médicas globais são de homens brancos de classe média e o
sistema reproduz isso para todas as pessoas ou seja eles testam com eles
mesmos e o sistema reproduz isso para todas as pessoas ou seja eles vão padronizar até como que um humano
saudável tem que ser a inteligência artificial pode então negar ou autorizar
tratamentos automaticamente com análise em custo benefício o que eu quero dizer com isso eu quero dizer que se não for
rentável pra empresa te tratar ou tratar a sua saúde o seu tratamento médico vai
ser negado em breve isso é porque existe ali um braço da inteligência artificial
que é esse braço do Google Health que trabalha em parceria com com a IBM que está desenvolvendo essa nova
inteligência artificial nós temos também empresas como a Optum nos Estados Unidos empresa essa que já utiliza dados de
inteligência artificial para prever quais pacientes vão cumprir ou não vão
cumprir o tratamento e a ideia é priorizar recursos para clientes mais
lucrativos olha o absurdo gente vou traduzir imagina que duas pessoas com
câncer o mesmo câncer a inteligência artificial analisa para ver qual das duas tem o melhor prognóstico e qual das
duas tem o pior prognóstico o pior prognóstico provavelmente vai gastar mais remédio vai gastar mais recurso é
nesse cliente que eles vão focar por quê porque vai dar mais retorno financeiro vocês estão percebendo que um é é um
simples episódio de Black Mirror que você fala: "Ah mas isso aí não existe
isso aí é total ficção científica aí você para para analisar você faz uma
análise profunda igual eu tô fazendo aqui nesse vídeo hoje e é por isso que o TikTok baniu minha live tiktok não gosta
de conteúdo profundo tiktok gosta de te emborrecer é conteúdo que você faz uma
análise de uma duas 3 horas sobre determinada coisa para chegar à conclusão de que isso não é ficção
científica isso já está acontecendo tá o mundo tá tratando a dor e o sofrimento
das pessoas como lucro então se você serve pro experimento maravilha se você
não serve você é descartado nós temos o que é chamado hoje em dia de dor
digitalizada por quê porque a Amanda no episódio ela começa a agir de forma
errática né começa a dar defeito ali não porque ela está piorando não porque a
saúde dela está piorando mas porque o algoritmo que mantém a consciência dela viva tá sendo
remonetizado então a empresa tem que justificar a assinatura para um plano maior então a empresa começa a injetar
publicidade e limitar ações da pessoa para ajustar a experiência da pessoa
para maximizar o retorno dela para forçar a pessoa a pagar um plano mais
caro olha a bizarrice e na vida real isso acontece também porque nós temos pacientes com doenças raras que são
forçados a aceitar remédios experimentais que geralmente são
caríssimos que muitas vezes são a única alternativa para esses pacientes pessoas
com câncer são convencidas por algoritmos de marketing a comprarem
suplementos inúteis terapias não regulamentadas ou procedimentos
caríssimos nós temos também o caso dos influencers de saúde que são pagos por marcas para promover tratamento para
promover aparelho para promover o hack corporal que custa caro mas que não tem
nenhuma comprovação científica tem uma outra série gente da Bell Gibson que é
uma menina australiana vou até pegar aqui a imagem dela uma menina australiana que ganhou muito dinheiro e
vendeu muito livro e enganou muita gente nos Estados Unidos vou até pegar uma um
uma foto do livro dela para vocês verem porque eh ela enganou muita gente no
mundo inteiro tá não só na Austrália mas o que acontece é que a Netflix fez uma série tô pegando uma
imagem aqui que eu lembrei dessa série agora não tinha tinha pensado ah tá o nome da série é Applesider vinegar
inclusive série essa que eu recomendo que vocês todos assistam viu essa menina gente a Bel Gibson ela
descobriu através de uma outra pessoa que tinha câncer que esse mercado era muito rentável e ela tava na merda e tal
aí ela começou a monetizar o próprio câncer dela que não existia ela não
tinha câncer de verdade essa menina aqui ela começou a vender produtos de
bem-estar vender livros de como ela tinha superado o câncer com uma dieta totalmente natural e milagrosa copiando
uma outra influencer que também fazia isso só que essa outra influencer de fato tinha câncer a Bel Gibson não tinha
câncer e aí a Netflix fez essa série que é a Apple Cider Vinegar ou seja vinagre
de maçã né vinagre de cidra de maçã e tem esse nome justamente porque na
série eles mostram que ela vendia e consumia o vinagre de maçã e falava paraas pessoas que tinham câncer para
que elas consumissem também então gente hoje em dia nós temos muito disso nós
temos influencers de saúde que são pagos por marca para promover tratamento milagroso para promover o aparelho
milagroso o recporal que vai eh limpar totalmente o câncer da sua vida e assim
olha o olha a bizarrice olha o nível de bizarrice a vida virou um funil de
vendas um perfil um plano todo traçado que tem uma meta de vendas e se você
acha que o luto que a doença ou o desespero das pessoas são estados
íntimos e invioláveis bem-vindos ao século XX nós estamos vivendo uma era onde o
sofrimento humano virou um recurso natural renovável algo que é altamente explorado algo que é distribuído em
larga escala e muito lucrativo então nesse episódio aqui no Common People a
Netflix e Black Mirror mostram pra gente como que a empresa Rivermind lucrou com
a permanência da consciência da Amanda então eles não apenas devolveram a vida dela eles mantiveram a vida dela presa a
uma assinatura e tem um nível muito perverso né que é ainda mais perverso
que tudo isso que é a rentabilização da dor como narrativa
como branding como publicidade então seja para vender remédio para vender ideologia para vender cosmético hoje em
dia a dor virou performance e performance gera receita né a indústria
farmacêutica fatura milhões bilhões trilhões de dólares e em muitos casos
ele depende mais da manutenção da doença para seguir lucrando do que da cura é
exatamente por isso que nós estamos vivendo uma era onde nós trazemos lobos
igual o que eu contei para vocês o caso aí há duas lives atrás nós trazemos de volta lobos que estavam extintos há
10.000 1 anos e nós não temos cura para doenças como câncer por exemplo é
exatamente por isso porque o tratamento dá muito mais lucro do que a cura né e
nós temos alguns exemplos que são extremamente cabeludos eu vou passar
alguns aqui para vocês e já vou indicar mais algumas séries também não sei se vocês já ouviram falar dessa empresa
aqui desse remédio da Gilead or Gilead Service Sciences desculpa ela é
fabricante do True Va que é um remédio para prevenção de HIV essa empresa foi
acusada de reter a fórmula com um composto mais eficaz por muito tempo
simplesmente porque a patente mais antiga dava mais lucro então olha olha o absurdo gente eles já tinham um remédio
que era mais eficaz e mais barato mas eles não estavam vendendo o mais eficaz
e o mais barato porque o anterior dava mais lucro então eles preferiram deixar as pessoas no sofrimento ao perder
dinheiro nós temos também o caso da Purdu que eu já contei para vocês aqui em algumas oportunidades né que foi
condenada nos Estados Unidos por criar uma verdadeira epidemia de opioides promovendo remédios altamente viciantes
como seguros e benéficos mesmo sabendo dos riscos resultando em mais de 500.000
1 mortos e bilhões em indenizações vocês lembram que eu falei que quando eu
morava nos Estados Unidos eu tomava oxicont para aguentar dor de pedra no rim e não ter que no hospital é
exatamente gente é desse remédio aí que eu tava falando tá esse remédio tem várias formas tá não é produzido apenas
pela Perdu mas a Perdu foi eh indiciada
em vários casos nos Estados Unidos porque eles estavam explorando a dor das
outras pessoas e isso causou um problema absurdo nos Estados Unidos que é uma verdadeira epidemia de opioides
inclusive essa epidemia de opioides é contada nessa história dessa série aqui que é o Império da Dor que é outra série
da Netflix extremamente boa que eu recomendo que vocês assistam e essa série revelou pra gente dados
extremamente alarmantes para vocês verem isso aqui ó é o mapa da epidemia de
opioides nos Estados Unidos então estados como New Hampshire por exemplo
estados como New York olha a quantidade gente é a quantidade de acesso a o eh
acesso à overdose a e a antídotos em amarelo o as leis de imunidade por
reportar overdose e a quantidade de morte por overdose a cada 100.000
pessoas então todas essas manchinhas brancas que vocês veem que é uma espécie do comprimido amassado né é a quantidade
de morte por overdose por causa desse remédio porque é um remédio extremamente viciante vou falar para vocês eu já
tomei eh para crises de pedra no rim é um remédio que você toma e ao tomar ele
você não sente dor nenhuma porque ele é opioide claro então você passa uma pedra
no rindi de sei lá 1 cm que tá descendo pela sua barriga te rasgando no meio te saindo sangue sem sentir nada e as
pessoas começaram a utilizar isso de maneira totalmente indiscriminada então o que que a Perdw fazia ela tinha os
seus representantes comerciais representantes esqui nas empresas e nos consultórios médicos oferecer esse
remédio eles davam muito dinheiro para os médicos receitarem e quanto mais o
médico receitava mais dinheiro esse médico ganhava então faziam filas e
filas e filas e filas na porta desses médicos que estavam sendo pagos porque é
um remédio que vicia imagina a pessoa só tá vivendo a vida inteira com uma dor
crônica por exemplo uma dor de um acidente que ela sofreu e de repente ela tem um remédio que tira essa dor como se
tirasse com a mão e remédio esse inclusive que o organismo vai se adaptando então ele vai pedindo muito
muito muito mais no quando eu fui no hospital né e o médico me receitou esse remédio para crises renais ele falou:
"Olha não use mais do que 40 dias" eu usei gente acho que duas vezes e por um
curto período e realmente a sensação que esse remédio dá é sensação de opioide só
quem tomou quem já tomou opioide sabe do que eu tô falando então nós temos esse
caso aí da Perdue também né aí nós temos no Brasil muitos casos de medicamentos
de alto custo como por exemplo medicamentos oncológicos que são negados pelo SUS e são oferecidos em condições
especiais por laboratórios privados desde que o paciente aceite compartilhar
seus dados clínicos então a doença se tornou um contrato né a dor virou uma
linha de crédito e no episódio Common People o Mike que era
marido da Amanda né ele recorre a um streaming para conseguir dinheiro mas os
vídeos que rendem mais não são os vídeos informativos como esse vídeo aqui que eu tô fazendo que eu já tô há 1 hora1
falando mais que o homem da cobra aqui não são vídeos de conteúdo sensível de
conteúdo humilhante por quê porque o público não quer ver a superação o
público quer ver o desespero dele e na vida real a gente sabe que isso acontece muito porque tem uma proliferação de um
conteúdo baseado no sofrimento humano real que é transformado em storyting né
que emociona para gerar like visualização e conversão nós temos muitos casos bizarros no Brasil de
pessoas olha catota que foram diagnosticadas com câncer ou às vezes
não foram e estão enganando seus seguidores que compartilham seus tratamentos então eles aparecem lá
carecas chorando sendo picado por agulha com um link na bio de ajude na minha
vaquinha e pior né gente tá na moda casos de pessoas que nem câncer tem né
que fingem ter câncer para enganar outras pessoas e para conseguir a piedade de outras pessoas então hoje em
dia nós temos vídeos de famílias que perderam tudo em enchente fazendo vídeo de antes e depois de suas casas que são
vídeos muito bem rankeados nas plataformas de arrecadação com base no potencial de comoção essas plataformas
elas têm um potencial de comoção muito grande as pessoas se comovem pela história do outro óbvio e por isso esses
vídeos ficam muito bem rankeados então pacientes terminais estão filmados por parentes enquanto leem mensagens de
apoio com patrocínio de marca de home care isso é muito comum hoje em dia ou
quando a criança tá internada vem a influencer e filma quem lembra desse
caso aí para conseguir like e engajamento tipo o caso lá da Virgínia que expôs o próprio filho numa cama de
hospital e todo mundo continua lá e seguindo e depois que expôs o próprio filho na cama de hospital ainda
comemorou a quantidade de visualizações para vocês verem como a dor e o sofrimento ó dão muito dinheiro tá agora
o que antes era marginal algo que era marginal hoje virou uma indústria e aí
eu fui pesquisar gente vocês não vão acreditar no que eu achei eh a indústria
da dor a gente já sabe que existe a indústria do sofrimento a indústria né do desespero existe mas agora nós
estamos entrando numa era ainda mais dark nossa sociedade porque existe agora
a indústria da monetização do luto vocês já viram isso são cursos de
luto digital sim você ouviu certo e eu vou mostrar para vocês porque eu peguei
aqui tem vários casos inclusive no Brasil já tem tá é tipo um curso online
onde você aprende a lidar com o luto mas não apenas eu achei esse aí que é um
curso de formação de coach de luto online gente eu tirei print de um só mas
são vários olha aqui 5912 alunos já fizeram esse curso de
formação de grief grief é luto tá eh como ser coach de luto e ter
certificação para ser coach de luto por apenas R9,99 slot slot é a moeda da Polônia tá
apareceu aqui na minha moeda então seria algo como R$ 70 você se forma em coach
de luto e você pode prestar esse serviço para outras pessoas ai você tá sofrendo
vem cá que eu sou coach de luto você me paga por mês ou paga as
minhas consultas que eu vou ser coach do seu luto gente não sério parece loucura
não parece mas não é loucura
é de verdade gente olha isso aí tá escrito lá personal development né desenvolvimento pessoal aí felicidade e
dentro de felicidade tem cura do luto aí tem coach do luto certificação descubra
como viver uma vida boa depois da perda de alguém e como ajudar outras
pessoas gente eu tô rindo eu tô rindo mas é
real é real eu tô rindo mas é real pessoal tá falando que é bizarro isso não era chamado de psicólogo psicólogo é
uma coisa o psicólogo pode te ajudar com o seu luto mas não gente são coaches de
luto tá bom para você porque assim o buraco aqui nesse vídeo é muito mais
embaixo tem um aplicativo de luto vocês já viram o aplicativo de luto é o empathy inclusive quando meu pai morreu
eu recebi publicidade desse desse aplicativo tô
escrevendo o nome aqui para vocês saberem eh quando meu pai morreu eu fiz uma postagem e embaixo da postagem do
meu pai assim quando eu passava a postagem tinha o aplicativo
Empathy gente é bizarro é um aplicativo que te ajuda a lidar com a morte de
alguém próximo e claro eles vendem um plano premium lá dentro porque é o tal
do premium né você compra de graça você baixa de graça o aplicativo mas dentro do aplicativo eles vendem um plano
premium de aceleração do processo de aceitação me fala como que um aplicativo
pode ajudar nisso não tem como gente né as grandes empresas estão vendo o
potencial disso e elas começaram a patrocinar a dor como se fosse ferramenta de marketing emocional nós
temos marcas de alimento plano de saúde até banco investindo em case humano onde
as pessoas comuns contam como superaram grandes tragédias e associam essa
superação ao poder transformador da empresa agora eu vou contar para vocês outro caso pessoal não sei nem se minha
mãe vai gostar que eu que eu conte esse caso aqui mas eu vou contar a minha mãe tem uma doença autoimune e ela toma
todos os meses uma injeção que é caríssima injeção essa que é paga com todo esse sofrimento aí através do plano
de saúde né e depois que ela começou a tomar essa injeção óbvio ela começou a
melhorar né enquanto ela não tomava injeção ela não melhorava depois que ela começou a tomar o tal do remédio biológico ela começou a melhorar e aí a
empresa que é produtora da injeção que inclusive empresa essa que eu trabalhei
Johnson and Johnson convidou a minha mãe para fazer exatamente isso que eu tô
contando para vocês aqui agora para ter um case humano para que ela contasse
como que ela superou essa tragédia né para falar sobre a superação da dor e para convencer outras pessoas que esse
remédio é a solução e a salvação é claro gente que eu não posso tirar o mérito do
remédio a minha mãe é outra depois que começou a tomar esse remédio só que o o ponto aqui é que assim em nenhum momento
a Johnson and Johnson deu de graça o remédio pra minha mãe fazer o tratamento não ela fez a minha mãe entrar com uma
ação com plano de saúde para que o plano de saúde custei essa injeção que deveria ser de graça pelo SUS mas não é
e depois depois que a minha mãe tava melhor depois que minha mãe passou por
todo o processo eles convidaram a minha mãe para participar de uma entrevista e
sabe o que é pior a minha mãe foi ela achou na cabeça dela que ela ia ajudar
outras pessoas a superar essa doença por quê porque a indústria farmacêutica vende dessa forma ai a gente queria que
você viesse participar aqui porque a gente queria ouvir e para ajudar outras
pessoas a superar essa doença então gente é um negócio assim muito bizarro
por eles foram buscar minha mãe em casa num carro super chique entendeu depois
chegou lá eles deram um figurino super chique para ela arrumaram ela maquiagem e tal para que ela venda essa superação
e o vídeo da minha mãe tá até hoje no Instagram da Johnson e Johnson e na época ela contou para mim e ela falou:
"Ai que que você acha?" Eu falei: "Ah mãe eu não acho legal." E expliquei para ela o porquê mas eu não mando na minha
mãe óbvio né é ela mais que manda em mim do que eu mando nela e ela foi e tal inclusive isso aconteceu um dia antes do
meu pai morrer eh só título de curiosidade essa informação não tem nada a ver com a história mas para vocês
entenderem gente principalmente eu vim dessa indústria eu trabalhei no financeiro de uma das maiores indústrias
farmacêuticas do mundo que é a Johnson e Johnson e eu tô falando aqui com propriedade as coisas não é simplesmente
vozes da minha cabeça eu trouxe uma pesquisa extremamente extensa para vocês hoje eu tô trazendo uma live
extremamente pesada uma live densa com muita informação informação essa que
outras plataformas talvez não aceitariam é por isso que eu vou pedir para vocês mais uma vez que vocês peguem essa live
compartilhem nos grupos da família no Telegram compartilha com todo mundo que você conhece porque as pessoas precisam
saber dessa informação então isso que eu tô contando para vocês que aconteceu com a minha mãe é o branding da superação e
existe um departamento de marketing gigantesco dentro da Johnson e Johnson que inclusive minha amiga trabalhou
nesse amiga pessoal trabalhou dentro desse departamento de marketing tô falando com propriedade como que essas
empresas trabalham como que eles fazem o marketing dos remédios né é a exploração
do choro como um ativo de imagem e no fim das contas o que a gente vê é uma
transação e uma transição também né sinistra da empatia paraa estatística a
gente finge que tem empatia mas você vira estatística você vira marca você vira branding para você vender mais o
nosso remédio e o sofrimento que deveria comover ele virou variável em dashboard
lá na sala desses profissionais de marketing que estão desenvolvendo essas campanhas
enquanto o negócio for mais compartilhável quanto mais doer mais
isso vale então a inteligência artificial hoje ela já consegue identificar esses padrões emocionais na
fala no texto e até em expressão facial então plataformas de vídeo como YouTube
TikTok o Quai eles treinam esses algoritmos para detectar movimentos e
momentos de vulnerabilidade então quando você assiste um vídeo de uma pessoa que
está completamente vulnerável porque ela tá chorando por alguma coisa porque ela tá triste porque ela tá falando de um câncer porque ela tá contando da doença
dela existe um algoritmo por trás que vai vender mais anúncios para pessoas
que ficaram emocionalmente ressoantes aquele momento de vulnerabilidade que acabaram de assistir
e aí vem perfume chocolate remédio terapia online funerária tudo então eu
fico imaginando e aí eu fiz esse exercício de imaginar se a Amanda do episódio de Black Mirror se ela tivesse
um canal por exemplo se ela tivesse um canal no YouTube gente isso seria muito sucesso porque a gente tá falando de uma
mulher parcialmente viva né que tá lutando contra a própria morte tentando manter a dignidade e sério gente a
história da Amanda se fosse de verdade daria uma ótima série na Netflix seria monetizável principalmente no Brasil
viraria NFT ela participaria de Participaria tá certo participaria acho
que tá gente eu tô falando por muito tempo já meu cérebro tá dando tilt ela participaria de vários podcasts do BBB
da fazenda ela seria facilmente patrocinável ela faria divulgação de gominha para crescer cabelo porque sim
nós temos isso pessoas que fingem ter câncer como a Bel Gibson que fazem
propaganda de gominha para crescer cabelo gente não é falta de gominha é
quimioterapia vocês estão entendendo o mundo real que a gente vive o desespero
deixou de ser uma falha do sistema o desespero hoje em dia ele é o próprio combustível do sistema e quanto mais
desesperadas as pessoas estiverem mais rentáveis elas se tornam e isso é
verdade pro sistema de saúde é verdade pra economia é verdade pra mídia e agora é verdade pra tecnologia também então
nesse episódio aqui do Common People a gente não vê apenas a degradação da Amanda né que é a pessoa que tá doente
mas sim nós vemos o retrato de uma economia que só se sustenta quando alguém tá perdendo tudo então assim
imaginem vocês pensem comigo agora uma pessoa saudável mentalmente equilibrada
financeiramente estável que não consome excessivamente que não precisa de fármacos e nem de terapias contínuas
essa pessoa é para o sistema atual um problema porque essa pessoa não dá lucro
gente ela não precisa terapia né eh é a pessoa o que que o sistema quer o que
que o sistema gosta o sistema gosta de gente ansiosa que consome remédio aplicativo de meditação gosta de gente
solitária que assina trcas plataformas de encontro ou de entretenimento pago
gosta de gente doente que depende de medicamento para sempre gosta de gente pobre que aceita emprego humilhante para
ter acesso a plano de saúde ruim gosta de gente viciada em dopamina digital que vive clicando que vive passando o vídeo
o tempo todo e assistindo pessoas essas que estão pagando com sua própria
atenção com seu tempo e eventualmente com dinheiro também porque enquanto eu tava live ali no TikTok tinha gente me
mandando umas florzinhas lá e eu nem pedi nada vocês entenderam eu nem pedi nada as pessoas estão carentes e essa
carência é monetizável a fidelização desse cliente moderno não tá mais na
qualidade do produto porque vamos falar bem a verdade né hoje em dia absolutamente nada tem qualidade hoje em
dia a fidelização desse cliente está na sua incapacidade de sair desse ciclo
vicioso por exemplo a glamorização da terapia gente eu nunca vi um sistema tão
preparado para glamorizar a terapia igual o sistema de hoje hoje em dia as
pessoas só falam nisso as pessoas parecem robôs de repetição disso glamurização de terapia por 10 anos
gente terapia por 10 anos não é mais terapia é muleta tá a pessoa faz terapia
porque aconteceu alguma coisa um determinado evento como por exemplo um luto que ela precisa superar maravilha
agora a pessoa que vive na terapia que a vida dessa pessoa é a terapia isso é uma
muleta e hoje em dia também existe muito disso dessa glamorização da terapia todo
mundo precisa ser terapeutizado será que por trás de tudo isso não tem um sistema
que quer te manter dependente o tempo todo disso porque gente é muito psicólogo para pouco paciente se você
for pensar então a gente precisa glamorizar esse sofrimento glamorizar
uma hora chorando na frente de um profissional para você ser uma pessoa melhor vocês estão entendendo que tudo
hoje em dia é isso a saúde como qualquer outra indústria já aprendeu a reproduzir
essa lógica os remédios eles só aliviam os sintomas eles não curam os planos
eles cobrem o mínimo né o plano de saúde eles te obrigam a pagar por fora o que for necessário e nós temos claro
plataformas que oferecem alívio emocional mas que te mantém preso ali em ciclos de ansiedade com notificação o
tempo todo nós temos assistentes de inteligência artificial de terapia que
mantém o paciente sempre em uma crise leve mas uma crise funcional e esse é o
cliente ideal da terapia tá aquele que não se cura mas que tá o tempo todo ali
num estado de normose controlada então na prática isso significa que quanto
mais quebrado você estiver vamos botar a expressão certa quanto mais você
tiver mais útil você é mais clicável mais tratável mais manipulável mais rentável a coitada da Amanda no episódio
ela é mantida em um funcionamento parcial em uma espécie de resete total
um alívio completo ou uma cura definitiva significaria para a Amanda e
para a empresa o fim de uma assinatura e gente eles não podem perder as assinaturas porque a lógica é clara eu
vou te manter vivo mas eu vou te manter dependente porque essa é a fórmula do sucesso e vocês querem mais realidade do
que isso na nossa vida porque o que que as empresas fazem com a gente hoje eles estão o tempo todo tentando manter a
gente vivo porém dependente né a gente precisa o tempo todo disso e um dos
gatilhos mais potentes pro desespero humano isso eu tô falando como neurocientista já não é mais como
youtuber tá é o medo é o medo da morte o medo da perda o medo da solidão o medo da escassez e as grandes corporações
elas sabem disso e elas investem pesado em manter a população nesse estado e a
publicidade médica como eu tinha comentado com vocês ela foca no e si e se você tiver uma predisposição genética
para ter câncer e em seguida te oferece um plano de detecção de câncer por assinatura são tecnologias que te avisam
se você dormiu mal se teu coração bateu estranho né são tecnologias que te
avisam que você precisa ver um médico gerando crises de ansiedade que são
autogeradas ali por tecnologias não é o tempo todo são plataformas que exibem
desastres colapsos pandemias acidentes mortes em tempo real para depois te
vender segurança plano de saúde e terapia ai você viu tudo isso você tá chocado então agora venha venha que nós
vamos resolver o seu problema nós temos a indústria do medo em ação e ela
funciona porque o medo é igual ao desespero e o desespero é igual à conversão então pessoas em sofrimento
elas não compram por razão elas compram por desespero e é por isso que as
campanhas de marketing mais eficazes são as campanhas que cutucam na ferida vocês
já perceberam isso é você não quer deixar a sua família desamparada
quer se você não quer deixar sua família desamparada compre o nosso seguro de
vida e se sua mãe precisar de uma UTI amanhã como que vai ficar você tem um
plano de saúde bom quantas vezes você aí vai ignorar os sinais do seu corpo por
trás dessas frases existe a manipulação da dor como motor de consumo e dentro
desse mecanismo nós temos o coitado do Mike incommon people que é common people
que é eu ia falar peoples gente e aí eu ia jogar anos e anos e anos da minha graduação de inglês no lixo porque
peoples existe mas é só para fins jurídicos tá então dentro de Common
People a gente vê o Mike implorando por doações e se humilhando online para manter a esposa dele viva então é um ser
humano rebaixado a simplesmente ser um captador de recursos é um sistema que
exige uma exposição pública para te conceder a misericórdia da existência
então a tragédia humana hoje ela é embalada etiquetada e empilada em
prateleiras digitais cada uma com uma thumbnail com um título emocional com uma meta de arrecadação com call to
action call to action é tipo quando eu falo clica no link aqui embaixo isso é call to action eu estou te chamando para
uma ação tá e com isso o sofrimento humano tem ali uma curva previsível de
de lucratividade né de de como ganhar dinheiro é uma crise aguda que vem ali
morte diagnóstico e falência uma explosão emocional com vídeos posts e trads nós temos a mobilização social com
vaquinhas com lives com conteúdo viral e nós temos os influencers né a atenção da
mídia os influencers que trazem isso pra gente ou seja quando um influencer fala
que tem uma criança doente acontece ali um pico de arrecadação porque esse influencer tá mexendo com a dor que as
pessoas estão sentindo ali e nós temos também o declínio da relevância e depois que tudo isso termina desaparece por
completo a história então quantas histórias que já foram virais nesses assuntos de saúde mesmo hoje em dia
perderam totalmente a relevância e desapareceram por completo há pouquíssimos meses atrás muito se falava
da Isabel Veloso não é que é aquela menina que tinha câncer depois não tinha câncer depois já tava curada depois não
tava depois ficou grávida depois teve filho gente teve um pico ali essa história ganhou muito dinheiro e hoje em
dia ninguém mais fala sobre esse assunto ou por exemplo Abel Gibson lá na Austrália né que ganhou muito dinheiro
com venda de livro venda de cura milagrosa pro câncer e no fim das contas ela nunca nem teve câncer e hoje temos a
série da Netflix que diz que a Bel Gibson não ganhou dinheiro com essa
história não ganhou dinheiro com a série bom a Bel Gibson não ganhou mas alguém
ganhou dinheiro com certeza a Netflix lucrou muito com essa história então se você não seguir esse roteiro sua dor não
é rentável se for banal não dá engajamento se for discreto ninguém vê a
dor precisa virar um espetáculo ou então ela é ignorada no Brasil a Constituição
de 88 define que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado mas entre o
texto da lei e a realidade a gente tem uma fila gigantesca e colossal parecida com a fila do SUS eu fiquei pensando
gente o que que aconteceria se a Amanda da série fosse brasileira bom aí nós temos algum alguns
pontos aqui né bom se a Amanda fosse brasileira e se ela dependesse exclusivamente do SUS a história dela
tomaria rumos diferentes mas nenhum muito otimista porque depois do colapso
ela seria levada para uma UPA e daí ela passaria horas ou dias esperando por uma vaga em um hospital ou por um
neurologista né e se ela sobrevivesse a essa espera talvez não existisse ali um
leito de UTI disponível para ela e caso precisasse de uma cirurgia cerebral ela
dependeria de uma licitação depois de uma liberação judicial ou de alguma alma boa que acelerasse o processo e por alma
boa eu tô falando de alguém que conhece alguém que conhece alguém que trabalha lá dentro que libera licitação né e a
gente não pode deixar de mencionar também o drama das mães e das famílias dos pacientes com doenças terminais
que precisam muitas vezes do uso medicinal da cannabis no Brasil porque
eu vi que teve gente comentando sobre cannabis aí nos comentários eu já vou pros comentários mas gente isso é um
drama real tá porque a pessoa tem eu falo o sistema de saúde tem noção do
quanto a cannabis medicinal pode aliviar os sintomas e com isso eu não estou falando de cigarro e fumar eu tô falando
do líquido da cannabis em comprimido do o componente removido do THC o
canabol eh o sistema sabe o quão promissor são o compromissores são os
tratamentos em alguns casos com o canabol e mesmo assim o sistema
dificulta que esses medicamentos sejam de acesso para pessoas que precisam por
quê por mais uma vez a cura ela é ela custa
menos do que entupir essas pessoas de remédio e esta assinatura mensal que é
pagar lá na série né dos 300 ela se transforma em uma loteria assistencial
ou seja não paga quem quer recebe quem grita mais alto se a gente tivesse na no
caso da Amanda a Amanda no Brasil porém dependendo de uma saúde privada a gente teria uma coisa que
mudaria até certo ponto porque o hospital particular a acolheria né desde
que o plano cobrisse claro porque é muito importante da gente mencionar né porque tem uma cobertura ali dentro do
plano então ela seria recebida tipo no Einstein ou em hospitais de referência
no Brasil tipo sírio Libanês o neurologista faria exames se o plano
autorizasse a cirurgia seria marcada se fosse considerada urgente e não eletiva
e a internação prolongada poderia ser negada com base em laudos e os
medicamentos pós-operatórios bom os mais modernos não são cobertos por planos convencionais
brasileiros então se a River Mind existisse no Brasil e nesse caso aqui a gente tá considerando um panorama
brasileiro da história da Amanda a gente também eh teria um caso que a Amanda
talvez estivesse acordada com anúncios na cara das pessoas falando de
Pix falando do Picolé do Zé falando do curso do coach falando do plano odontológico vocês já repararam nisso
vocês já imaginaram gente o que aconteceria se as publicidades que
passavam na Amanda fosse da Rivermind Brasil o tipo
de publicidade que ela faria ela faria publicidade do jogo do tigrinho ela ia tá dando aula lá pros alunos dela cadê a
foto aqui ó ela ia tá dando aula lá pros alunos dela e ela ia falar:
"Plataforma nova gente chegou o no." Eu tô eu tô falando mas tipo é muito pesado
isso ela ia falar ia ter uma interrupção dela plataforma nova chegou o jogo do
coelhinho mas olha todos nós somos adultos joga quem quer não ia fala se
não ia gente ia ser uma distopia abrasileirada com sotaque de São Paulo capital ou sotaque do interior mas com a
mesma mensagem você só tá viva até onde o contrato permitia então ia ser tipo um sotaque meio faria limer sabe assim de
mano você já conhece o novo jogo do tigrinho porque sério gente o sotaque de
Faria Limer é real e eu sou de São Paulo então
espero que eu não tenha esse sotaque mas então seria assim a cena lá do Mike que
ele fica lá se expondo em lives para conseguir dinheiro eu não peguei as cenas das imagens da Netflix que elas
são bem pesadas tá mas tem uma imagem aí do Mike eh a gente sabe que na série ele
ficava lá se respondo por dinheiro né para pagar a assinatura da esposa e isso não é muito distante daquilo que a gente
vê hoje em dia porque existem crianças com doenças raras que precisam de pelo menos R$ 6 milhões deais para tomar um
medicamento de dose única então as famílias fazem rifas né elas rifam o carro rifam a casa rifam a dignidade e
gente tem gente que tem parente com câncer que tem que escolher entre pagar o aluguel ou comprar o remédio e aí
escolhe o remédio e daí as pessoas fazem tatuagem vende cabelo vende até o próprio corpo para financiar tratamento
e a mídia do Brasil romantiza tudo isso então é aquela coisa assim né veja a
força dessa mãe e a verdade é outra né essa força é o que sobra quando o estado
falha porque a mãe só tá tendo que ter força porque o estado e a saúde
privatizada falaram assim: "Se vira aí mãe tenha força aí" então no Brasil o
desespero precisa precisa ser performado
para ser atendido o paciente precisa chorar no balcão para ser liberado da triagem a família precisa gravar vídeo
no hospital e expondo tudo só para conseguir um exame urgente tem gente que tem tratamento né que está em tratamento
terminal que precisa implorar judicialmente por medicação que é o caso da cannabis que eu falei para vocês
agora quando uma celebridade ou um influencer compartilha o caso o milagre acontece né a dor só vira ajuda quando
vira espetáculo quando vira likes quando dá cliqs quando emociona então no fim
das contas a gente teria se o caso da Amanda acontecesse no Brasil a gente teria um common people com samba no
fundo com vaquinha da vaquinha com exposição pública no G1 com caso no
Fantástico mostraria né o Brasil tem uma característica muito peculiar que faria
desse episódio aqui algo ainda mais bizarro que é a naturalização do trágico
não sei se vocês já repararam nisso mas o que em outros lugares seria considerado colapso do sistema no Brasil
é conhecido como o jeitinho então faltou remédio ai é normal isso aí falta sempre
tem fila na cirurgia ai mas pelo menos está na fila né teve que abrir uma
vaquinha ai mas todo mundo faz vaquinha mesmo existe uma passividade que no
brasileiro já é um defeito do povo mas também é consequência de décadas de sobrevivência sobre um sistema que
ensina ao cidadão que não dá para esperar mais bom eu falei hoje aqui mais que o homem da cobra né mas é porque eu
queria realmente fazer uma análise muito aprofundada desse episódio de Black
Mirror que saiu recentemente dia 10 de abril com a sétima temporada de Black Mirror relembrando para quem assistiu
aqui até o final que essa live não é patrocinada pela Netflix e nem poderia né gente com as coisas absurdas que eu
falei aqui dentro hoje eu espero de verdade que essa live continue aqui depois que esse essa live terminar e que
outras pessoas possam assistir esse vídeo e agora eu quero saber a opinião de vocês sobre esse episódio de Black
Mirror que eu comentei aqui por quase que duas horas vocês assistiram não assistiram quem não assistiu vai
assistir quem assistiu concorda comigo não concorda e concorda ou sem concorda enquanto isso eu vou dando uma salvação
salvação não que eu não vou salvar ninguém saudação a os novos membros nós temos
aqui a Daniela Teixeira assistia três episódios da primeira temporada fiquei tão perturbada que fujo dessa série só
sei do conteúdo quanto outros comentam sobre é perturbador mesmo Dani principalmente porque é realidade tá eh
a Bet Julião falou: "E parece que os médicos ficam inventando doenças para você comprar mais e mais remédios muito
complicado parece não né querida?" É isso mesmo ah tá bom eh a Gitana falou:
"Por favor busquem a medicina preventiva." Sim que é inclusive o que eu que a gente tava falando aí dias
atrás com a Dra natália né carol cria o teu app para postar conteúdo sem censura
então não sei se conseguiria criar isso porque o desenvolvimento do aplicativo
envolveria muito dinheiro e aí eu não teria uma outra saída não ser cobrado as pessoas né depois para poder reaver esse
dinheiro que foi investido então ficaria elas por elas eu prefiro trazer conteúdo
gratuito aqui com 25.000 1 interrupções de anúncios que eu sei que tem peço até desculpas não é culpa minha é o sistema
do YouTube funcionando mesmo mas pelo menos fica gratuito para todo mundo ter acesso à informação o Leandro Moreira é
um novo membro aqui desse canal o Constelar Amor também a Solange Kane eh
condessa de Saint-Germain became a new member é um novo membro e eh o Danilo comentou com uma música
como sempre Plun Pum nós da ralé só leva no bumbum é exatamente a Silvia Costa é
um novo membro a Dayane Cristina também é um novo membro a Lord Félix 2012
falou: "Filosofia da Big Farma indústria bioquímica farmacêutica doente curado
cliente perdido." Exatamente a Vera é um novo membro aqui desse canal a Adriana
Shimet comentou: "O sistema dificulta porque tá levando vantagem total e ainda me mandou dois pontos" obrigada Adriana
nem precisava o Book Bell and Love Candles também é um novo membro aqui desse canal agora eu vou pro comentário
0800 eu gosto do seu conteúdo gratuito tá vendo temos para todos aqui nós
vivemos no modo survival temos que mudar isso eu acho que nunca vai mudar tá eu acho que só vai piorar como eu mencionei
no meio da live aqui eh movimentos como esse feito no mercado financeiro essa semana que eu comentei do tarifaço do
Trump eles só fazem aumentar os preços e fazer com que as pessoas tenham que desenvolver cada vez mais e mais
estratégias para tirar dinheiro das pessoas é isso obrigada Carol adoro as
lives não assisti ainda não entendi você veio e não assistiu você chegou depois não entendi
eh eu gosto pera aí pera aí pera aí black Mirror está macabro como sempre né
Alex Sandro eu assisti e achei bizarro pago o YouTube para não ter interrupções
eu também pago eu sou usuária do serviço premium do YouTube justamente para não
ter esses anúncios eh o Danilo falou os médicos não é a OMS e a medicina
ocidental que fazem isso nós médicos sofremos também estão tentando nos
robotizar em fluxogramas de atendimento concordo em partes Danilo porque tem
pessoas que realmente t caráter e que realmente enxergam todo esse sistema mas
a maioria está deslumbrada pela quantidade de dinheiro que a indústria farmacêutica paga então há médicos e
médicos né não são todos claro mas a maioria entra nesse sistema aí eh deixa
eu ver se a pessoa tivesse segurança alimentar energia livre acesso saúde estaríamos vivendo no paraíso é e aí não
existiria esse sistema aqui do planeta que o planeta não se sustentaria porque desde que inventaram para as pessoas que
elas podem ter tudo e que elas podem fazer tudo desde que elas possam pagar para tal virou essa confusão louca aqui
porque o ser humano foi criado para comer frutinha né e ficar observando a natureza pelada aí foram inventar um
monte de frescura e aqui estamos não é verdade eh aproveitemos os dias atuais o
que virá será bem sinistro pois é eh a OMS são as
trevas você o quê você é fica não sei se é fica ou né o que a pessoa quis
dizer enfim eh obrigada pelo elogio se foi um
elogio você é sensacional parabéns muito obrigada a a tendência do sistema é
piorar admirável a sua visão do todo carol vamos ter lives dos próximos
episódios vou assistir todos esse fim de semana pois é queria perguntar para vocês vocês querem lives dos próximos
episódios porque assim eu já terminei de assistir todos ontem existe só um
episódio que eu acho que não valeria a pena da gente comentar aqui que também fala sobre luto que é o episódio que do
tiozinho lá que tem que botar um implante aqui para poder reaver as memórias de uma pessoa que com quem ele
teve um relacionamento é esse episódio eu acho que não daria muito caldo mas os outros
são extremamente interessantes e até numa ideia de explicar né pras pessoas
um pouquinho mais mas agora eu vou dar um tempo porque como eu fiz essa live eu quero que as pessoas assistam primeiro
né tem muita gente que acabou não assistindo a live porque ainda não assistiu e não queria ter spoiler então
vou dar um tempinho para vocês assistirem aí e daí a gente vai eh eu vou trazendo os novos episódios à medida
que for surgindo a oportunidade tá eh a Roberta falou: "Por isso que mais que
nunca a importância de se autoconhecer cuidado da saúde e expandir a consciência ou seja tudo que as pessoas
não querem" concordo e o Alex falou: "Seria necessário sete planetas Terras para que todos vivessem uma vida digna
ou seja estamos ferrados" pois é ainda mais se todo mundo vivesse igual norte-americano né aí que a gente ia
precisar de uns 20 planetas Terra realmente eh sobre o comentário da Roberta aqui eu falei exatamente sobre
isso que o sistema ele não gosta de pessoas saudáveis de pessoas que têm uma
boa saúde financeira de pessoas que têm uma alimentação saudável de pessoas que
convivem muito bem com a própria ansiedade de pessoas que não dependem de celular e de rede social e de ficar
checando isso o tempo todo o sistema não gosta dessas pessoas ele gosta de pessoas desesperadas e é exatamente para
essas pessoas que o sistema vende gente eu vou ficando por aqui com mais essa live eu espero de verdade que vocês
tenham gostado desse assunto aqui que eu trouxe para vocês vou pedir encarecidamente que vocês compartilhem
com as pessoas que vocês conhecem para que esse assunto seja muito discutido muito divulgado é preciso que as pessoas
falem abertamente sobre esses assuntos e eu vou tentar deixar a live salva aqui
assim que terminar e eu agradeço muito a presença de vocês aqui dentro hoje nós falamos sobre assuntos extremamente
pesados e densos mas ao mesmo tempo considero eu assuntos extremamente
importantes então eu vou ficando por aqui com mais essa live lembrando para
vocês que talvez amanhã eu apareça aqui numa live porque eu ainda tenho um assunto para terminar essa semana então
se eu aparecer aqui vai ser sempre no mesmo horário no horário da meiodia e 15
do Brasil aí vocês podem almoçar enquanto assistem a live o assunto de hoje deve ter causado um certo
desconforto abdominal em vocês né um certa constipação porque realmente é uma
coisa muito difícil para ser processada mas é uma coisa que precisava ser dita e
eu achei legal começar aqui pelo primeiro episódio da série que é muito
forte os outros episódios eles vão ficando mais leves né mas esse em questão é muito forte então por favor
compartilhem com as pessoas que vocês conheçam que isso ajuda a manter a relevância do canal mas ajuda também
para que eu possa trazer cada vez temas mais importantes aqui para vocês tá bom
um beijo para vocês um ótimo sábado para vocês e eu vejo vocês nas nossas próximas lives
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