e o terceiro Enoque ou Enoque Hebreu Mas
apesar desses títulos né primeiro
segundo e terceiro Enoque esses textos
são bem diferentes e bem distantes no
tempo e não formam uma sequência não é
como se fosse por exemplo o Poderoso
Chefão 1 2 e 3 cada um deles é uma obra
independente que circulou de forma
separada ao longo da história e outra
coisa o próprio primeiro Enoque não é um
único texto na verdade essa obra bem
longa com mais de 100 Capítulos no total
é dividida geralmente em cinco livros
menores o livro dos vigilantes o livro
das parábolas o livro dos luminares o
livro dos sonhos e a epístola de Enoque
além de dois apenes bem curtinhos no
final nesse vídeo eu vou focar
especificamente no primeiro Enoque e
nesses Suli livros que o compõe e daqui
a pouco a gente vai dar uma olhada em
cada um deles vendo o que que diz né
cada uma dessas partes mas antes vale a
pena falar um pouco da data e do
contexto desse primeiro Enoque segundo o
próprio texto o autor do livro seria o
patriarca Enoque pai de Matusalém e
bisavô de Noé que é mencionado de
passagem no livro de Gênesis o texto lá
em Gênesis diz o seguinte Enoque andou
com Deus depois desapareceu pois Deus o
arrebatou e é justamente essa relação
excepcional de Enoque com Deus e o seu
arrebatamento que servem de pano de
fundo para as várias visões e jornadas
Celestiais e até infern que o livro de
Enoque apresenta Mas claro que a partir
de uma abordagem histórica essa autoria
não é aceita o livro de Enoque contém
uma série de Visões proféticas que casam
muito bem com os eventos do período de
dominação grega helenística ali na
região da Judeia e também com eventos do
período dos macabeus o que indica que o
autor sabia desses eventos que eram
passado para ele ainda que ele colocasse
esses eventos como previsões do Futuro
feitas por Enoque bom caso você parta da
premissa de que realmente é possível
alguém ter acesso ao futuro esse
argumento de datação talvez não seja
muito convincente mas o fato é que
historicamente né academicamente se a
gente tem um texto que fala de Napoleão
por exemplo a gente trata ele como
posterior a Napoleão e se um texto fala
sobre Judas macabeu como livro de Enoque
a gente trata ele como livro posterior a
Judas macabeu e há outros critérios
também que corroboram essa data como o
fato de que nenhum texto anterior ao
século io antes de Cristo faz referência
a Ele o seu estilo literário o seu
vocabulário a sua gramática o seu perfil
teológico também casa muito melhor com
outros textos judaicos posteriores ao
período Persa e não com textos judaicos
mais antigos e também não há nenhum
manuscrito de Enoque anterior ao século
iceo né que exigisse que a gente
entendesse que esse livro fosse anterior
a isso e falando nos manuscritos que nós
temos hoje desse livro Os mais antigos
são fragmentos encontrados entre os
famosos manuscritos do Mar Morto esses
manuscritos mais antigos estão em
aramaico e datam entre aí o século Tero
antes de Cristo e o século ieo depois de
Cristo a gente também tem alguns
fragmentos do período medieval desse
texto do livro de Enoque em grego latim
e siríaco e finalmente os manuscritos
mais completos que a gente tem do livro
de ano são manuscritos já do século XV
ao século XX preservados na Etiópia e
traduzidos pro etíope clássico ou gues
daí alguns estudiosos se referirem ao
texto como Enoque etíope não porque ele
seja originário da Etiópia que ele não é
mas sim porque os únicos exemplares
completos que a gente tem desse texto
estão em etíope E isso não é por acaso
tá a gente vai chegar lá daqui a pouco
mas algumas comunidades etíopes como a
Igreja Ortodoxa da Etiópia e a
comunidade Beta Israel tem o livro de
Enoque como um livro sagrado na Igreja
Ortodoxa etíope mesmo esse livro
inclusive faz parte da Bíblia da mesma
forma que o Gênese e o Apocalipse mas a
gente vai chegar lá antes disso vamos
dar uma olhada agora no conteúdo
propriamente desse texto né O que que o
livro de Enoque diz Afinal Como eu disse
o livro de Enoque é dividido em Cinco
partes principais a primeira delas é o
chamado livro dos vigilantes ou livro
dos observadores ou o livro das
sentinelas esse livro conta a história
de quando alguns anjos chamados de
vigilantes no texto desceram pra terra e
tiveram filhos com mulheres Mortais
esses filhos nasceram gigantes e
começaram a comer tudo pela frente desde
a colheita os animais puros e impuros
seres humanos e até eles mesmos enquanto
isso os vigilantes né esses anjos
descidos do céu ensinaram aos Mortais
diversas Artes e ciências ocultas desde
a magia e astrologia até a metalurgia e
o uso de cosméticos segundo o texto
esses saberes fizeram aumentar a
perversidade e o poder destrutivo dos
humanos e isso somado àquela questão dos
Gigantes canibais que estavam soltos
pela terra acabou forçando uma
intervenção divina da parte de Deus
primeiro Deus enviou o anjo sariel ou
Uriel para preparar Noé pro dilúvio que
ia cair sobre a terra depois ele enviou
o Anjo Rafael para combater o vigilante
azael ou ou Azazel que é referido como
líder dos vigilantes depois Miguel é
enviado para combater o vigilante semi
asa que também é referido como líder dos
vigilantes em outros momentos o que
talvez seja inclusive uma pista de que a
versão que a gente tem hoje dessa
história combina na verdade duas versões
mais antigas uma que tinha a zazel como
líder e outra que tinha semi asa ou
podem ser dois nomes pra mesma figura
também mas seja como for um último anjo
que é Gabriel é enviado também para
destruir os Gigantes e finalmente vem o
dilúvio que purifica a Terra aniquilando
basicamente todos os seres vivos que não
estavam na arca de Noé Ah e claro né o
Enoque mesmo não passa por nada disso
porque ele é elevado por Deus até os
céus onde ele faz uma série de visitas
guiadas por assim dizer né guiadas Por
anjos aos espaços secretos reservados
aos justos e injustos que aguardam o
Juízo Final essas visões dos lugares
separados que é como o texto chama são
muito interessantes porque desenvolvem
com muito detalhe o Imaginário judaico
antigo pelo menos dos judeus da linha do
autor de Enoque a respeito dos destinos
pós-vida a ideia de um espaço que é
basicamente uma câmara de tortura eterna
por exemplo aparece aqui de uma forma
que já é muito parecida com o que vai
ser posteriormente a ideia de Inferno no
cristianismo antigo e o próprio tema da
visita guiada a esses espaços antecipa
vários outros textos como por exemplo A
Divina Comédia de Dante e outros muito
mais antigos como o apocalipse de Pedro
e beleza é mais ou menos isso bem
resumido mente o livro dos vigilantes na
sequência vem o livro das parábolas essa
segunda parte do livro de Enoque é uma
das mais controversas de todas porque
ela traz um personagem que tem muitos
Paralelos com o Cristo do novo
testamento alguns estudiosos até
defendem que ela na verdade é um
acréscimo Cristão ao livro de Enoque
feito posteriormente e realmente não dá
para descartar completamente essa
possibilidade porque nenhum dos
exemplares antigos do livro de Enoque
preservam o livro das parábolas só que
esses exemplares na verdade também são
bem fragmentados e várias partes de
outros livros também não são encontradas
entre eles então assim vai saber o que a
gente pode dizer com certeza é que esse
livro tem como tema principal a batalha
do bem contra o mal e a questão do juízo
final as Visões de Enoque apresentadas
aqui separam o mundo basicamente em dois
lados de um lado tão os eleitos os
justos os santos e os anjos fiéis e do
outro lado tão os opressores os reis e
poderosos e os Anjos Caídos o lado do
mal é liderado por Azazel e o lado do
bem é liderado por Deus chamado aí no
texto de senhor dos Espíritos ou então
de cabeça dos dias e esse lado do bem
também é capitaneado por uma espécie de
representante Supremo de Deus que é
chamado de o justo o eleito ou até de O
filho do homem Essa é a figura que eu
disse que lembra muito a descrição de
Jesus ali nos textos cristãos ela
combina três temas muito presentes no
Imaginário judaico antigo que são o tema
do Rei esperado da linhagem de Davi o
Messias o tema do servo que aparece
algumas vezes no livro de Isaías e o
tema da personificação da sabedoria uma
espécie de atributo Divino existente
antes mesmo da criação que nas versões
gregas foi traduzida como Logos a
palavra mas apesar desses Paralelos
muito fortes com as descrições de Jesus
O Curioso é que no final do livro das
parábolas esse tal de eleito e filho do
homem é identificado com o próprio Eno o
texto diz o seguinte e o cabeça dos dias
Deus veio com Miguel e Rafael e Gabriel
e fanuel e milhares e dezenas de
milhares de anjos incontáveis e ele veio
até mim e me cumprimentou com sua voz e
disse-me você é aquele filho do homem
que nasceu para justiça e a justiça
habita em você e a justiça do cabeça dos
dias não o abandonará uma tradução
antiga e muito influente do livro de
Enoque pro inglês até modificou esse
trecho para desvincular a imagem de
Enoque do filho do homem mas hoje a
solução desse tradutor é universalmente
rejeitada pelos especialistas que
defendem uma leitura mais direta do
texto segundo a qual o braço direito de
Deus no juízo é realmente o próprio
Enoque uma ideia aliás que vai se
desenvolver no chamado Enoque Hebreu
muitos séculos depois com a cena da
transformação de Enoque em uma figura
elevadíssima quase Divina chamada
metatron mas isso a gente pode deixar
para outro vídeo voltando pro primeiro
Enoque né o Eno etíope a gente segue
então pra terceira parte que é o livro
dos luminares o livro dos luminares ou
livro astronômico é a mais diferente de
todas as partes o interesse principal
dela é sobre questões relacionadas ao
calendário a partir de uma série de
visões do funcionamento do Cosmos né do
universo dos portões que dividem a
trajetória dos astros dos ventos que
colocam esses astros em movimento da
ação dos quatro seres que regem as
estações etc e tal o autor defende o uso
de um calendário solar em vez do
calendário lunisolar que era mais
tradicional no judaísmo antigo isso pode
parecer meio fora de lugar num texto
religioso mas o fato é que o calendário
era absolutamente importante para
definição e observação das festas e dos
ritos religiosos como definir Por
exemplo quando celebrar a Páscoa os anos
sabáticos e o Jubileu por exemplo tudo
isso depende do calendário e uma coisa
curiosa aqui é que no livro de Gênesis é
dito que Enoque viveu
365 anos umidade muito diferente da dos
outros patriarcas e que remete muito
fortemente ao ciclo Solar de 365 dias
mais ou menos parece que já na época de
escrita do Gênesis existia essa relação
de Enoque com o calendário solar por
algum motivo que Aliás o calendário
solar né já era utilizado na Pérsia e no
Egito antigo também bom e a próxima
parte do livro de Enoque é o livro dos
sonhos essa parte traz Dois sonhos em
que Enoque recebe revelações sobre o
futuro a primeira prevê o evento do
dilúvio e a segunda recapitula a
história desde a criação e avança até o
Juízo Final esse segundo sonho de
temática mais histórica é especialmente
interessante aqui porque é nele que a
gente encontra as referências aos
eventos do período helenístico que eu
falei lá no início do vídeo mas para
chegar lá a gente tem que começar das
alegorias que o autor coloca para
repassar a história desde antes do
dilúvio E essas alegorias usam animais
para entar os humanos estrelas para
representar os vigilantes né os anjos
descidos e usa humanos para representar
os anjos fiéis antes do dilúvio toda a
humanidade é representada como gado aí
algumas estrelas caem e viram touros que
cruzam com novilhas na terra e essas
geram camelos elefantes e asnos aqui
Claro a referência é a história dos
Anjos Caídos lá do Livro dos vigilantes
onde as estrelas são os vigilantes as
novilhas são as mulheres e os outros
animais são S os Gigantes depois disso
vem o dilúvio e depois do dilúvio
aparece um touro branco que tem três
filhos também touros um branco um
vermelho e um preto o touro pai morre e
os touros filhos se multiplicam mas a
pró do touro vermelho e do touro preto é
formada por diversos animais impuros e
por predadores e só a pról do Touro
Branco é que permanece pura e dela vem
mais duas gerações de Touros brancos a
última geração desses touros brancos
gera um javali Preto e uma ovelha branca
e por aí vai Resumindo até aqui o
primeiro Touro Branco depois do dilúvio
é Noé o filho também branco é sem de
quem descende Abraão e Isaque que também
são touros brancos e desse último
descende Jacó que é a ovelha Branca os
animais de outras cores são os
patriarcas de outros povos o touro
vermelho é cam e o touro preto é Jafé e
o javali Preto lá do final né o irmão da
ovelha branca é Esaú Depois dessa fase
dos patriarcas as referências avançam já
para período de domínio grego das
expansões de Alexandre o Grande e dos
seus Generais e vai até a revolta dos
macabeus Contra esse domínio helenístico
em meados do século II antes decoo até o
próprio Judas macabeu líder da Revolta
dos macabeus é representado como um
carneiro com chifres gigantescos até aí
essas alegorias históricas casam muito
bem com os eventos históricos que a
gente realmente conhece o que sugere
Como eu disse lá no início do vídeo que
o autor conhecia esses eventos e que
Portanto ele tava escrevendo depois
deles ainda que essas palavras sejam
colocadas na boca de Enoque como
previsões de um futuro distante futuro
distante pro personagem narrador Enoque
mas passado ou presente pro verdadeiro
autor do livro Só que depois dessa fase
dos macabeus nenhuma imagem mais casa
com os fatos históricos que a gente
conhece e elas avançam já inclusive bem
rapidamente pro fim dos tempos são
imagens já de Deus Construindo Uma Nova
Jerusalém e todos os povos se curvando
aos judeus e os mortos ressuscitando pro
Juízo Final quer dizer Tudo indica que o
autor estava escrevendo não muito depois
dos tempos da Revolta dos macabeus e que
ele projetava o fim dos tempos para
acontecer em breve como ele tá colocando
as palavras na boca de eno que teria
vivido antes do dilúvio ele consegue
fazer o Enoque falar bastante sobre o
futuro que afinal de contas é o passado
para ele pro autor mas a medida que as
visões vão avançando o futuro de eno
acaba alcançando o presente do autor só
que o autor precisa continuar até chegar
no fim dos tempos que é futuro pro Eno e
é futuro para ele também E aí a coisa
fica mais difícil as previsões já não
batem mais com nada e se revelam já como
pura imaginação e esperança que é algo
Claro muito importante sempre né
imaginação e esperança em qualquer
momento histórico mas já não é mais
história e aqui vale a pena a gente
fazer um parêntese rápido esse tipo de
previsão do futuro a partir do passado
que chega num futuro que na verdade
nunca chega é algo bem caracter
carístico da chamada literatura
Apocalíptica da qual faz parte o livro
de Enoque e também outros livros mais
conhecidos como o livro de Daniel na
Bíblia Hebraica e o próprio livro do
apocalipse no Novo Testamento na segunda
parte do livro de Daniel Por exemplo ali
nos capítulos 7 a 12 o autor também
relata uma série de Visões sobre o
futuro usando imagens de animais o
suposto autor do texto seria Daniel um
judeu exilado na Babilônia no século vi
antes de Cristo e nas suas visões ele vê
um leão depois um urso depois um
Guepardo e depois uma quarta besta
dominando a região em que ele vivia no
antigo Oriente próximo o leão é a
Babilônia O urso são os mos o Leopardo
são os persas e a quarta besta são os
gregos e finalmente uma das visões fala
detalhadamente da sucessão de Alexandro
grande né dos seus quatro Generais até
antíoco quto Epifânio que reinou no
século seg antes de Cristo e depois
disso nada mais do que o autor coloca
bate com eventos históricos conhecidos e
assim como no livro de Enoque a coisa
também já avança rapidamente pro fim dos
tempos com uma intervenção divina e a
ressurreição dos Mortos o mais provável
portanto é que o verdadeiro autor do
texto tivesse escrevendo por volta do
século I mesmo e que ele fale com
facilidade do Futuro de Daniel a partir
do século vi pelo fato de que isso já
era passado para ele é o que se chama no
jargão acadêmico de vaticinium ex
eventum que é simplesmente uma profecia
entre aspas feita de depois do evento
mas quando o autor avança para falar
sobre o seu próprio futuro né sobre o
que de fato tá à frente Dele o carrinho
dele sai do trilho seguro da história
que acaba naquele ponto e vai embora
solto de novo pela imaginação e Pela
Esperança essa mesma abordagem também
pode ser aplicado ao livro do apocalipse
que reconta eventos históricos de forma
alegórica também recorrendo a imagem de
animais né ou bestas e que foca
Principalmente nos imperadores romanos e
depois avança já para os eventos finais
né A Ressurreição dos Mortos o juízo e a
inauguração da Nova Jerusalém mas depois
a gente pode fazer vídeos específicos
detalhando essa discussão de cada um
desses livros Apocalípticos por hora
vamos voltar lá pro livro de Enoque né
que só tá faltando a quinta e última
parte que é a epístola de Enoque essa
última parte a epístola de Enoque é
escrita como uma espécie de testamento e
instrução moral destinada aos filhos de
Enoque e por extensão ela é destinada
também às futuras gerações que
praticarão a retidão e a paz como diz o
texto essas instruções são dadas também
na perspectiva de um Juízo Final
iminente O fim está próximo então esteja
preparado Evite a idolatria o consumo de
sangue a blasfêmia e a transgressão de
outras leis divinas E caso você seja
rico e poderoso evite construir
patrimônio às custas dos outros Não
junte dinheiro sujo e não faça banquetes
luxuosos enquanto oprime os pobres e se
você não for o opressor mas sim o
Oprimido tenha Esperança diz Eno os
injustos serão varridos da terra e a
autoridade será dada aos justos o texto
diz não tema você que tem sofrido porque
receberá a cura e a luz brilhará sobre
você e a voz da serenidade você ouvirá
do céu é um discurso Profético bem
característico que promete a condenação
dos males que assolam o mundo e dá
esperança aos que estão sofrendo esses
males é um clamor por justiça e por dias
melhores uma mensagem muito Atrativa que
fez com que o livro de Enoque e vários
outros livros Apocalípticos que foram
escritos nesse período fossem muito
populares na antiguidade especialmente
dado o contexto de crise que os judeus
viviam no período né dominados Por
potências estrangeiras infinitamente
mais poderosas do que eles como os
gregos e depois os romanos e sem nenhuma
perspectiva de resolver a situação de
uma forma convencional pela política ou
pela economia ou pela guerra para muitos
Nesse contexto A Única Esperança era
realmente a intervenção de um exército
Invencível de seres sobrehumanos os
anjos capitaneados por ninguém mais
ninguém menos que o próprio criador dor
do universo só assim para derrotar
Realmente todos os adversários visíveis
e invisíveis e estabelecer um reino
definitivo de paz e era isso e nada
menos do que isso que o livro de Enoque
prometia bom e por esse resumo rápido
acho que já ficaram Claros vários
Paralelos do livro de Enoque com o que
viria a ser mais tarde o cristianismo a
expectativa do juízo iminente o chamado
à conversão o foco na ação dos espíritos
malignos a figura Salvadora do filho do
homem e por aí vai né são vários
Paralelos mesmos temáticos Entre esses
textos não por acaso o livro de Enoque
Foi bastante citado por autores cristãos
na antiguidade a epístola de Judas como
eu já disse cita diretamente o livro dos
vigilantes a epístola de Barnabé que fez
parte de algumas bíblias na antiguidade
se refere ao livro de Enoque como
escritura Justino mártir Irineu de Lyon
e Clemente de Alexandria usaram Enoque
para falar sobre a queda dos anjos e
sobre a origem dos demônios orígenes de
Alexandria aceita a autoria Ant de
luviana né antes do dilúvio do livro de
Enoque mas reconhece que outros líderes
da igreja discordavam dessa avaliação e
finalmente Tertuliano de Cartago diz que
o livro de ano é inspirado e que os
judeus não aceitam esse livro porque ele
fala de Cristo e que exatamente por esse
mesmo motivo os cristãos não deveriam
rejeitá-lo deveriam abraçá-lo como
escritura para si mas claro né se
Tertuliano tá tentando convencer outros
cristãos a não rejeitar O livro é porque
alguns já estavam rejeitando e realmente
essa atitude de maior resistência ao
livro de Enoque que vai acabar
prevalecendo no cristianismo nos séculos
seguintes principalmente depois das
críticas de Santo Agostinho a esse livro
segundo ele não se podia negar que
Enoque o sétimo a partir de Adão tinha
deixado escritos sagrados porque isso
era testado pelo próprio Apóstolo Judas
na sua epístola canônica Mas por outro
lado Santo Agostinho desconfiava
fortemente da autenticidade do livro de
Enoque tal como ele conhecia o livro que
circulava na época dele era um livro
segundo ele que não tinha sido
preservado pelos judeus e que parecia
fantasioso demais principalmente por
causa da história lá do cruzamento de
Anjos e Mulheres gerando criaturas
gigantes depois do Século IV as
referências diretas ao livro de Enoque
por autores cristãos se tornam realmente
muito raras mas não são totalmente
ausentes o monge Bizantino Jorge sincelo
por exemplo no século 9 preservou alguns
trechos do livro dos vigilantes em grego
e um exemplar também grego do Livro dos
vigilantes foi encontrado na Sepultura
de um monge egípcio do século 9 e claro
né como eu disse lá no início do vídeo
também até hoje o livro de Enoque como
um todo é considerado parte da Bíblia
pela igreja ortodoxa etíope e também é
um livro considerado sagrado pela
comunidade Beta Israel também na Etiópia
então assim né sobre a pergunta por que
que o livro de Enoque não entrou na
Bíblia Bom na verdade ele entrou pelo
menos em algumas mas realmente na maior
parte ele não entrou isso tem a ver
principamente com as questões já
antecipadas ali quando eu falei da
recepção dele pelos primeiros cristãos
que tem a ver com a questão da autoria
desse livro sempre ter sido muito
questionada orígenes né como eu disse já
dava notícia disso e muitos na antigo
idade realmente duvidavam que o livro
tinha sido escrito por Enoque Além disso
o fato de que o livro não tinha uma
longa tradição dentro do próprio
judaísmo também não ajudava muito a
estabelecer a antiguidade e
consequentemente a autoridade desse
texto agora independentemente do livro
de Enoque em si está ou não na Bíblia o
fato é que muitas das suas doutrinas das
suas estativas e do seu Imaginário por
exemplo sobre os anjos caídos sobre o
juízo final sobre os espaços reservados
PR os justos e injustos pro Juízo Final
etc e tal isso tudo Tá sim bastante
presente na história do cristianismo
desde o Novo Testamento e para entender
realmente o Imaginário apocalíptico que
deu origem ao cristianismo é
indispensável conhecer pelo menos o
básico sobre a Literatura Apocalíptica
que veio antes dele especialmente o
livro de Enoque como escreveram dois dos
maiores especialistas nesse assunto o
tamanho do conjunto de textos que é o
livro de de anoc a diversidade do seu
conteúdo e suas muitas implicações para
o estudo do Judaísmo antigo e das
origens do cristianismo fazem dele
Possivelmente o mais importante texto
judaico sobrevivente do período
greco-romano então fica aí o estímulo
para vocês se aprofundarem nesse tema e
deem uma olhada também lá no vídeo
específico sobre Lúcifer e a queda dos
anjos que também pode te interessar se
você se interessa por esse tema Então
até o próximo vídeo espero que esse
Panorama tenha sido útil como uma
introdução e vamos conversando mais nos
próximos vídeos falou
[Música]
fazer
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